Panatenaico: Justiça Federal encaminha processo para o TRE-DF
Operação que apurou corrupção na obra do Mané Garrincha repercutiu na denúncia e prisão de 3 ex-governadores: Agnelo, Arruda e Filippelli
atualizado
Compartilhar notícia

A Justiça Federal declinou, nesta segunda-feira (14/3), da competência de julgar o processo da Operação Panatenaico. Por 3×0, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) optou por encaminhar o processo à Justiça Eleitoral do DF.
A decisão atendeu ao habeas corpus dos advogados que atuam na defesa de Tadeu Filippelli, ex-vice-governador do Distrito Federal. Na sexta-feira (11/3), a defesa havia conseguido uma liminar. Agora, com a decisão final, o processo segue para magistrados da Corte Eleitoral. Filippelli chegou a ser preso preventivamente no âmbito da operação que apura pagamento de propina no valor de mais de R$ 6 milhões na reforma do Estádio Mané Garrincha.
O dinheiro teria sido em troca de favorecimento na licitação que escolheu as empresas que participaram da obra da arena, considerada a mais cara da Copa do Mundo de 2014. Na mesma ocasião, também foram presos os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PL).
A Justiça entendeu que a competência de julgar os fatos seria da Justiça Eleitoral, já que o Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) investigava o caso como crime eleitoral.
A operação
No total, 12 pessoas acabaram denunciadas no âmbito da Panatenaico pelos crimes de organização criminosa, corrupção iva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação. A operação foi deflagrada em maio de 2017 com o objetivo de apurar irregularidades na reforma do Estádio Mané Garrincha.
Confira a lista dos denunciados e os crimes investigados de cada um:
Desvio milionário
As investigações da Polícia Federal identificaram fraudes e desvios de recursos públicos em obras de reforma do Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Orçada em R$ 600 milhões, a arena brasiliense custou cerca de R$ 1,6 bilhão. A estimativa de desvio na obra é de R$ 900 milhões. A operação é decorrência das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez.
O alvo da investigação era a formação de um cartel por várias empreiteiras para burlar e fraudar o caráter competitivo da licitação e assegurar, de forma antecipada, que os serviços e as obras fossem realizados por consórcio constituído pelas empresas Andrade Gutierrez e Via Engenharia. Como contrapartida, os vencedores teriam pagado propina a agentes políticos e públicos.
Na época do escândalo, as defesas de todos os acusados negaram qualquer tipo de irregularidade no curso da obra do estádio.