Na cadeia, MC Poze se diz faccionado e pede para ficar em ala do CV
O funkeiro tinha receio de ser preso em uma ala dominada pelo Terceiro Comando Puro (T), fação que trava batalhas sangrentas com o CV
atualizado
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Ao desembarcar do camburão que o levou até a prisão de Bangu, no complexo de Gericinó, o cantor Marlon Brendon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, afirmou sua proximidade aos faccionados do Comando Vermelho (CV) e pediu para ser encarcerado na ala destinada a integrantes da facção.
A coluna apurou a informação com fontes da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ). O funkeiro tinha receio de ser preso em uma ala dominada pelo Terceiro Comando Puro (T), facção que trava batalhas sangrentas com o CV pelo domínio territorial de comunidades espalhadas pelo Rio.
Em algumas ocasiões, o cantor já havia se manifestado que jamais faria shows em áreas dominadas por facções rivais do CV. O funkeiro também já havia sido ameaçado de morte em 2021. Poze iria se apresentar no evento Baile do Embrasa, em Salvador (BA). No entanto, o show foi cancelado pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) após o órgão identificar uma rixa entre organizações criminosas e o artista.
Veja imagens:
A operação
Equipes da DRE prenderam temporariamente o cantor após as investigações apontarem para uma sólida relação do artista com integrantes da cúpula da facção. Os investigadores conseguiram provas robustas para sustentar o pedido de prisão temporária do artista pelo elo que ele mantém com os criminosos, ajudando, inclusive, a propagar o nome da facção.
Recentemente, Poze comemorou nas redes sociais uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro que determinou a devolução de carros de luxo e joias apreendidas durante uma operação da Polícia Civil, em novembro de 2024.
Carrões e joias
A decisão foi proferida pelo juiz Thales Nogueira, da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa, que aceitou parcialmente os pedidos da defesa de Poze e de sua esposa, Viviane. O processo tramita em segredo de Justiça. Entre os itens restituídos, estão veículos de luxo – como uma Land Rover, uma BMW e um Honda HR-V – além de diversas joias.
A investigação da polícia revelou que o grupo rifava veículos e transferências Pix, em valores que podiam chegar a R$ 200 mil. No entanto, no caso dos automóveis, a documentação não era ada para o nome dos vencedores.
A polícia apontou que os suspeitos usam parâmetros do sorteio da Loteria Federal e, assim, am uma aparente impressão de credibilidade e legalidade ao sorteio. Mas não há processo de auditagem oficial para checar o real ganhador, já que eles utilizam um aplicativo customizado com indícios de fraudes, o que torna a prática ilegal.