Ibaneis sobre abertura do comércio: “Não é luta entre MP, Judiciário e GDF”
Na reunião desta quinta para tratar sobre o retorno de parte das atividades, o chefe do Executivo local itiu tensão com membros dos MPs
atualizado
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O governador Ibaneis Rocha (MDB) relatou momentos de tensão com integrantes de ministérios públicos durante a reunião com a juíza federal Kátia Balbino, da 3ª Vara Cível. O encontro ocorreu para tratar da reabertura do comércio no Distrito Federal sem que a população seja exposta ao risco de contaminação pelo novo coronavírus.
Apesar dos embates, o chefe do Executivo local disse que, no final, o resultado foi positivo e acredita ter conseguido rear todos os esclarecimentos.
“Não pode ser uma luta entre o Ministério Público, o Poder Judiciário e o Poder Executivo. Porque quem sofre com isso é a população, principalmente a mais carente e menos esclarecida”, disse Ibaneis.
O emedebista ainda ressaltou ter tomado todas as decisões sob consulta de especialistas. “Não pratiquei nenhum ato sem responsabilidade. Sempre ouvi equipes técnicas, esclarecendo a sociedade através da imprensa. Então, não vejo por que questionar os atos que estamos tomando.”
“Não violei regras”
Ibaneis opinou que a intervenção de um juiz ou do Ministério Público só deve ocorrer quando existe um desvio em um dos institutos previstos no artigo 37 da Constituição. “Eu sou uma pessoa que veio do direito, conheço a Constituição e a Lei Orgânica do DF. E eu acho que um ato istrativo só pode ser questionado quando você viola qualquer uma das regras do artigo 37 da Constituição. E eu não violei nenhuma delas”, afirmou.
Ele citou os 1 milhão e 47 mil votos que recebeu. “Quando você tem um questionamento dessa natureza, parece que você tem um embate entre instituições e existe um que está mais certo do que o outro”, declarou.
O governador garantiu que o GDF tem sido transparente e tomado decisões técnicas. “Então, um questionamento dessa natureza gera a desconfiança da população sobre o que nós estamos fazendo. E isso me deixa magoado, realmente”, desabafou.
“Quando você é questionado por atos que nem praticou ainda, você tem esse nível de insatisfação”, completou. O governador não negou a ocorrência de embates. O chefe do Executivo também estranhou a quantidade de pessoas na reunião. “O que me disseram é que viriam três pessoas. Vieram quase 30”, afirmou.
Campanhas
O governador também prometeu dar início às campanhas educativas para que a população volte às ruas com segurança. “A sociedade tem que entender que não é por que você está em momento de reabertura, por ter adotado as medidas corretas lá no início, que agora chegou a hora de partir para a festa. Nós temos que ter muita responsabilidade, até porque o cenário nacional indica que nós ainda vamos ter alguns meses de pandemia”, alertou.
A fim de atender algumas das exigências, Ibaneis afirmou que vai ampliar os pontos de distribuição de máscaras pelo DF. Segundo ele, o pico da curva de crescimento da Covid-19 na cidade será em junho.
O governador acredita que, atualmente, entre 330 mil e 340 mil pessoas estão constantemente nas ruas.
Revezamento de horários
“Ela fez muitas exigências. Não sei se vamos conseguir atender tudo”, contou o presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal do DF (Fecomércio-DF), Francisco Maia. “Não concorda que o comércio seja aberto integralmente. De repente, abre os shoppings. Depois, as lojas de rua, os camelôs”, completou.
O presidente da Fecomércio reitiu que o setor não estava pronto para reabrir no dia 11 de maio por conta da falta de testagens. Mas se encontrá em condições em 18 de maio. Mesmo assim, segundo ele, o dia 18 não é uma data acertada e acatada. O comércio só será reaberto com o aval da magistrada.