Grupo pró-mudanças na Lei do Silêncio acusa entidades de manipulação
Instituições de urbanismo e artistas discordam dos limites de decibéis que devem ser impostos pela legislação
atualizado
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O movimento “Quem desligou o som">
Diretora do grupo Urbanistas por Brasília e uma das signatárias da nota conjunta encaminhada à CLDF, Romina Capparelli rebate as acusações contidas no texto do grupo que luta para aumentar o limite de decibéis da Lei do Silêncio. “Realmente, a nossa Lei do Silêncio não trata de trânsito, mas de ruído ambiental. A lei também não fala exclusivamente de música, até porque não faz sentido legislar sobre algo tão subjetivo como é o gosto musical. A gente está falando de vibração, que não escolhe a fonte sonora. Para o seu aparelho auditivo, não importa se você está ouvindo Beethoven a 120db ou se você está na explosão de uma mina de granito a 120db, o efeito é o mesmo”, explica.
Polêmica
Os gráficos que constam do estudo da OMS também são pontos de desavença entre os grupos. A nota conjunta contra o PL 445/2015 associa o surgimento de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e impactos negativos no aprendizado de crianças à exposição ao barulho.
“Essa é uma lei de controle social, de retirada das pessoas da rua. É uma questão de gentrificação, que é a retirada de pessoas mais pobres dos centros das cidades. Também é interesse do setor imobiliário retirar os pobres das áreas nobres. Existem muitas ferramentas de controle social, e essa lei é uma delas”, afirma a representante do grupo “Quem desligou o som?”.
Sobre as acusações de omissão de informações para manipular dados, a diretora do Urbanistas por Brasília se defende. “Eu trabalhei 21 anos no Ministério Público Federal como analista pericial em arquitetura e tenho muita experiência com falsidade documental. Eu nunca colocaria meu nome em alguma coisa que eu não consiga comprovar. Tanto que só fizemos a tradução dos textos dos gráficos, mantivemos o contexto e colocamos todas as referências, informando, inclusive, a respectiva página”, defende.