Fãs madrugam em frente ao Mané para show de Sandy e Junior
Teve gente que chegou 12 horas antes de os portões abrirem para ter o melhor lugar no espetáculo da dupla neste sábado (20/07/2019)
atualizado
Compartilhar notícia
Os portões para o show da turnê Nossa História, em Brasília, abrem ao grande público às 18h deste sábado (20/07/2019), mas os fãs de Sandy e Junior se concentram no Estádio Mané Garrincha desde às 6h. A dupla não se apresenta junto desde 2007 e, para garantir um lugar perto do palco, teve gente que madrugou. Uma prova de amor, já que os termômetros chegaram a marcar 6,8ºC na capital no começo do dia.
A maquiadora Paula Pinheiro, 28 anos, é a primeira da fila que se forma em frente à entrada da área . Ela acompanhou todas as turnês da dupla e espera reviver momentos marcantes da infância em um lugar privilegiado. “Quando anunciaram a turnê eu nem acreditei. Gostaria de ir ao show em várias cidades, mas como não foi possível quis garantir um lugar perto do palco. Nem acredito que sou a primeira. Eles marcaram a minha infância”, comemorou.
Logo atrás, a catarinense Tatiana Borba, 31, ocupa o segundo lugar na fila. Ela decidiu vir a Brasília para acompanhar o show com a amiga e está ansiosa para seu primeiro show da dupla. O marido ficou em casa, o sol começa a castigar e o banheiro mais próximo fica a cerca de um quilômetro — na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). No entanto, nada desanima a fã. “Ainda não tive a chance de ir a um show, mas as músicas marcaram vários momentos importantes da minha vida: da formatura à valsa do meu casamento. Nas duas ocasiões, tocou Maria Chiquinha”, lembrou.
Representatividade
João Gusmão, 34, viajou mais de mil quilômetros para ver o show em Brasília. Ele vive em Vitória da Conquista, na Bahia, e está ansioso pra ver a dupla que “sempre tratou o público LGBTI com respeito”. “Só de pensar que vou vê-los logo mais sinto vontade de chorar. Mais que lembrar a infância, eles são símbolo de respeito e tolerância”, afirma.
Marcos Oliveira, 31, concorda com a afirmação. “Antes mesmo de nos assumirmos gays, já tínhamos o rótulo e enfrentávamos bullying por sermos fãs de Sandy e Junior. Então, para muitos gays dessa geração, o processo de aceitação se desenrolou junto com a carreira dele”, pontua.
No Brasil 21, perto do Parque da Cidade, onde os artistas ficarão hospedados, os fãs também marcam presença desde as 6h. Na esperança de encontrar os ídolos e ter um registro do momento, eles se dividem em pontos estratégicos do hotel e trocaram telefones para se comunicarem no caso de algum dos integrantes aparecer.
A a Renata Paixão é presidente do fã clube em Cuiabá (MT) e, apesar de ter se hospedado no hotel para encontrá-los, permanece na recepção aguardando novidades desde cedo, além de tentar contato com os artistas nas redes sociais. “Estamos fazendo uma força tarefa pra eles virem conversar com os fãs. Eles são muito carinhosos com o público e tem o hábito de prestigiar a presença”, destacou.
Os olhos ficam marejados ao falar do amor pelos artistas, mas a expressão é de alegria. “As músicas que eternizaram várias fases da minha vida hoje são cantaroladas pelo filho, de 2 anos. Ele gosta muito e me deu todo apoio pra vir vê-los”, ressaltou Renata.
Daniel Moreira gastou mais de R$ 5 mil para acompanhar a turnê – não só em Brasília, mas também no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Como os locais onde a dupla fica hospedada não são divulgados, ele ligou em todos os hotéis da área central de Brasília até conseguir a informação. Enquanto aguarda a chegada da dupla, na manhã deste sábado, aproveitou para monitorá-los. “Descobri a inscrição do avião particular em que estão e estou acompanhando na internet. Não quero perder nada”, disse.
