Portões fechados no segundo dia de provas do Enem
Candidatos terão cinco horas e meia para responder à prova e escrever texto, neste domingo (25/10)
atualizado
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No segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os portões foram fechados pontualmente às 13h. Diante da repreensão do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tudo ocorreu com tranquilidade no colégio da Asa Sul que está sob investigação por reabrir as portas após o horário no primeiro dia de provas.
Ao contrário de sábado, desta vez os estudantes se prepararam para chegar com mais tempo de sobra. Não houve registros de grandes engarrafamentos nos os aos locais de prova. E quem depende do transporte público, preferiu chegar com bastante antecedência. No Distrito Federal, a aglomeração junto aos portões começou assim que eles foram abertos, pontualmente às 12h.
Eliakim Francisco de Oliveira, 22 anos, está fazendo o Enem pela segunda vez. Ele mora no Riacho Fundo e para não ter problemas, já que faz provas na Asa Sul, resolveu sair mais cedo de casa: “Vim de ônibus e cheguei aqui às 11h30”.
Carolina Faco (foto), 18 anos, já fez o Enem duas outras vezes como treineira. Mas agora é de verdade. Ela mora no Lago Sul e chegou no local de prova, na Asa Sul, às 11h20. “Ontem, cheguei às 12h e já tinha congestionamento. Hoje não quis arriscar”, conta a estudante que disputa uma vaga de engenharia ambiental na Universidade de Brasília (UnB).

Os candidatos têm cinco horas e meia para resolver as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias. É preciso preparo e muita atenção para vencer o cansaço e a ansiedade.
Família presente
Com cachorro e tudo, Francisco Soares de Souza, 76 anos, e Josenira Corrêa de Souza, 72 anos, fizeram questão de acompanhar o neto Daniel Côrrea de Souza até o local de prova na Asa Sul. Esta é a primeira vez que o adolescente de 17 anos faz o Enem. Além de frequentar a escola, ele fez um preparatório para tentar uma vaga no curso de engenharia da computação da UnB. “Gostamos de ficar aqui para ver o movimento e relembrar nosso ado”, comentou a avó.

A candidata a uma vaga no curso de engenharia civil da Universidade de Brasília Ellen Caroline Santos, de 16 anos, também teve a companhia da família.

Ao lado da mãe, Elisângela Santos, de 37 anos, do pai Dênis Nascimento, de 39 anos, e da irmã, Manuele Santos, de 8 anos, Ellen aguardava o horário da prova. “Estamos aqui para dar mais tranquilidade para a Ellen. É importante a família estar junto em uma hora de tanto nervosismo”, defendeu a mãe.
Dicas de última hora
O especialista em educação e diretor de uma rede de escolas em Brasília, Alexandre Crispi, lembra que a prova não segue uma ordem de dificuldade e sugere que os participantes comecem pela matéria que têm mais domínio e afinidade, selecionando as questões que achem mais fáceis de responder. “Se não der conta [da primeira questão], vai para a segunda, a terceira e no final ele volta na prova. Eu sempre digo isso: comece a fazer a prova pelas questões mais fáceis por que isso melhora a autoestima”, disse.
Para ele, outra dica importante é não ir embora antes do fim da prova aproveitando o tempo para responder o máximo de questões. istrar o tempo, considerando a marcação do cartão de resposta, também é importante. “Já vi candidato se concentrar, fazer uma prova maravilhosa mas só teve um problema: na hora de ar para o cartão de resposta faltavam 10 minutos para terminar e ele não conseguiu”.
Redação
A professora de redação e literatura Daniela Barbosa sugere que os participantes façam um esboço do texto logo no início do exame, selecionando os argumentos que serão defendidos. “Fazer o rascunho da redação e depois partir para a prova. E deixar a meia hora final para ar a limpo a redação”. A professora também citou a importância de o participante istrar o tempo e gastar cerca de uma hora na redação, para não prejudicar as demais provas.
Daniela lembra que os participantes terão que apresentar soluções para o tema da redação proposto. “Não esquecer, em hipótese alguma, que na conclusão ele deve apresentar uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos, ou seja, ele tem que buscar em agentes sociais, soluções inovadoras para o encaminhamento do problema”.
Segundo a professora, é preciso ficar atento a alguns detalhes que são observado na correção: “Tem que se atentar para o domínio da norma culta, seleção de vocabulário, ortografia, concordância, crase. Inclusive, fica a dica: se ele tem dúvida na escrita de uma palavra, trocar por um sinônimo, porque se escrever a palavra de uma forma errada ele vai ser penalizado”. Outro aspecto é o uso de conhecimento de outras áreas, como por exemplo a filosofia, sociologia e a literatura.
E como última dica, Daniela relembra pequenos cuidados. “Não utilizar o emprego da primeira pessoa, fazer um texto impessoal, evitar gírias, coloquialismos e diálogo com o leitor”. Com informações da Agência Brasil