Dólar alto derruba venda de pacotes para Estados Unidos
Queda chega a 60% no Distrito Federal. Quem já comprou agem vai economizar nas compras. Outros preferiram adiar viagem
atualizado
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A alta do dólar, que bateu os R$ 4,57 no Distrito Federal, afetou os planos dos brasilienses que planejavam viajar para o exterior. As agências de viagem amargam uma queda de 60% na venda de pacotes para os Estados Unidos, principalmente para Miami, paraíso das compras. Quem ainda não comprou agem ou reservou hotel está adiando o eio. Para aqueles que já pagaram parte da viagem a dica é não exagerar nas compras. Dependendo do produto, pode sair mais em conta comprar a prazo no Brasil.
“Estamos recebendo muitos pedidos de adiamento”, confirma Carlos Alberto Vieira, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Distrito Federal (ABAV-DF). Valquíria Almeida, proprietária de uma agência de viagens, orienta o brasiliense a pensar muito bem antes de programar uma viagem. “Nossas vendas para os Estados Unidos caíram 60% neste ano. Quem ia para fazer compras, já não vai mais. As pessoas estão dando preferência a viagens nacionais e, mesmo assim, ainda demoram para fechar pacotes”, afirma.Como a maioria das viagens internacionais é cotada em dólar, até os destinos que não o utilizam como moeda oficial são afetados pela crise. Segundo Carlos Alberto Vieira, “o peso argentino, por exemplo, é desvalorizado em relação ao real. Só que a compra de agens e reserva de hotéis são feitas em dólar. Ou seja, o preço também sobe”.
Dos EUA para Florianópolis
Com a moeda norte-americana nas alturas, restou à advogada Larissa Fontineli adiar os planos para visitar os Estados Unidos. Ela pretendia ir a Orlando com o noivo ear e comprar o enxoval de casamento. Agora, com a desvalorização do real, o eio continua de pé, só que para outro destino: o casal vai ar o fim de ano em Florianópolis.
Achamos uma promoção de agens e até nos animamos a ir para os EUA, mas quando fizemos as contas, percebemos que não valeria a pena.
Larissa Fontineli, advogada

Para a psicóloga Solange Gomes (foto), o jeito foi refazer a programação em Miami, já que agens e hotel estavam pagos desde abril: “Esperávamos que o dólar baixasse na hora da viagem. Infelizmente, isso não aconteceu.” O eio com o namorado precisou sofrer algumas adaptações. “Vou ter que diminuir as compras. Pretendia trazer alguns eletrônicos, mas acho que não vai valer a pena”, disse ela, que não perdeu a animação para a viagem.