Dono do Colégio Pódion, Ismael Leite Xavier morre aos 80 anos no DF
Ismael Leite Xavier Júnior faleceu nesta quarta-feira, no Distrito Federal. Professor teve uma insuficiência respiratória e não resistiu
atualizado
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O dono e fundador do Colégio Pódion, Ismael Leite Xavier Júnior, 80 anos, morreu no Distrito Federal, nesta quarta-feira (15/5). O professor deixa três filhos.
O educador teve um quadro de insuficiência respiratória e não resistiu. O velório e o sepultamento dele serão abertos para amigos, alunos e professores que queiram prestar as últimas homenagens a Ismael.
A despedida será nesta quinta-feira (16/5), das 14h às 16h, na Capela 7 do Cemitério Campo da Esperança na Asa Sul. Por meio da página oficial no Instagram, o Colégio Pódion divulgou nota de pesar.
“Hoje o dia amanheceu mais triste e os pássaros relutaram em entoar seus cantos nas fachadas dos ventos. O nosso querido Ismael se foi. A sua ida foi calma e melancólica. E mesmo em sua agem, ele, que dedicou tanto à arte de ensinar, nos deixa mais uma lição: a vida é curta”, diz trecho do texto.
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Trajetória
Nascido no Rio de Janeiro, Ismael trabalhou como professor de geometria e trigonometria, ao se mudar para a capital do país, em 1986, decidiu levar os conhecimentos adquiridos durante a carreira na cidade natal.
Filho de professor e general do Exército, Ismael percebeu que o mercado de Brasília era árido para as carreiras militares e decidiu inovar na cidade.
O Colégio Pódion iniciou as atividades em 2001, com cursos preparatórios para a carreiras militares, como Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e Escola Preparatória de Cadetes do Exército (Especex), além de pré-vestibulares.
Posteriormente, Ismael expandiu as atividades da escola para até o 3º ano do ensino médio; depois, ampliou as turmas para o fundamental 2; e, em 2022, abriu classes do fundamental 1.
Ex-alunos
O professor sempre se manteve à frente da parte pedagógica do colégio, devido à experiência na área da educação desde o Rio de Janeiro, onde lecionou em cursinhos e teve contato estreito com a direção de preparatórios renomados da cidade.
Carinhosamente chamado de “Veinho”, Ismael dedicou anos da docência à aprovação de incontáveis estudantes em vestibulares e carreiras militares. Não era incomum, inclusive, receber a visita de ex-alunos, que faziam questão de reencontrá-lo para agradecer pelos ensinamentos em sala de aula e para a vida.
“A generosidade dele ficou demonstrada até o fim da vida, quando, internado na UTI [unidade de terapia intensiva] do hospital, foi celebrado por um médico, ex-aluno dele. Emocionado, o profissional o agradeceu pela bolsa que, anos atrás, recebeu do professor Ismael”, relatou Bruna Eiras, delegada da Polícia Civil e filha do professor. “Dois dias depois, o mesmo médico levou o irmão para uma visita. Também ex-aluno do professor, recebeu uma bolsa para estudar no Colégio Pódio e, hoje, é um bem-sucedido servidor público do Tribunal de Contas da União.”
Para a filha, mesmo no fim da vida, o destino não poderia ter dado ao educador um presente tão valioso. “Esses reencontros com colegas de trabalho, alunos e ex-alunos faziam os olhos dele brilhar, alimentavam a alma e o enchiam de orgulho, por saber que cumpriu o dever que lhe deu sentido à vida e alegria até os últimos dias”, completou Bruna.