Os parlamentares da Câmara Legislativa que viajaram ao Peru para acompanhar a investigação sobre o estudante brasiliense Artur Paschoali – desaparecido desde 2012 no país andino – desembarcaram em solo brasileiro com três certezas: a negligência das autoridades brasileiras em relação ao caso, o real início do processo apuratório e a garantia de um desfecho para o inquérito.
O distrital Wellington Luiz (PMDB), que preside a Frente Parlamentar de Apoio às Famílias de Pessoas Desaparecidas da Câmara, acredita que as autoridades brasileiras no Peru não se empenharam como deveriam para dar e às apurações. Por isso, as investigações praticamente não avançaram. “O que faltava, realmente, era que a embaixada nos desse apoio. Cheguei a ter uma discussão com o embaixador brasileiro. O pai de Artur chegou a se emocionar”, contou.
Wellington, na companhia do distrital Ricardo Valle (PT), que representa a Comissão de Defesa de Direitos Humanos, foram recebidos pelo procurador-geral do Peru, o ministro do interior – que equivale ao nosso ministro da Justiça – e o chefe Ministério Público Fiscal da Nação. Naquele país, a polícia local é subordinada ao Ministério Público. “Naquele momento, a cúpula da segurança peruana designou uma equipe especializada em investigação para acompanhar o caso. Era uma das grandes reclamações de Wanderlan Paschoali, pai de Artur. É como se não houvesse um inquérito em andamento. As autoridades peruanas demonstraram a sensibilidade que a gente imaginava”, ressaltou Wellington.
A grande conquista da comitiva foi transferir a investigação para as mãos de outro promotor, que irá presidir as investigações. Outro pedido dos parlamentares também foi atendido. O defensor público da Nação, que representa a Defensoria Pública peruana, será mais um a acompanhar o andamento das investigações. “O pai do Artur mantém dois advogados no Peru que vão acompanhar o trabalho. Acredito que avançamos muito nesses seis dias. Agora estamos esperançosos que algo aconteça”, destacou o distrital.
Depois da visita, os distritais esperam que, enfim, a história tenha um desfecho. “Se o Artur vai ser encontrado vivo ou morto, isso não sabemos. Aquele pai só precisava ser ouvido, acompanhado e foi. É importante que a família tenha uma resposta”, finalizou o distrital.