Covid-19: MPDFT aponta demora em testes e falta de leitos em hospital e UPA
Vistoria do MPDFT indica problemas no tratamento para o novo coronavírus e outras doenças em unidades de saúde de Santa Maria e Ceilândia
atualizado
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) encontrou problemas no Hospital Regional de Santa Maria e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia. Após vistoria, força-tarefa do órgão verificou insuficiência de leitos de enfermaria e dificuldades para o transporte dos pacientes no HRSM. Em Ceilândia, há demora nos resultados dos testes de Covid-19 e na liberação de leitos.
Em relação ao HRSM, o Ministério Público local requisitou informações sobre insuficiência de vagas na enfermaria, dificuldade de transferência de pacientes sem Covid-19 para leitos de enfermaria e de UTI, bem como sobre a indisponibilidade do serviço de hemodiálise, entre outros temas.
Do mesmo modo, foram pedidas explicações acerca da UPA de Ceilândia. O gestor dos espaços é o Instituto de Gestão Estratégica (Iges-DF).
Comércio
O MPDFT também quer saber qual é a orientação da Secretaria de Saúde para os comerciários da região de Santa Maria que buscam a unidade para a realização de testes que detectam o novo vírus.
A exigência não faz parte do decreto distrital (nº 40.939/2020) que trata do enfrentamento à pandemia no Distrito Federal, mas tem sido feita por empregadores como condição para o retorno dos funcionários ao trabalho.
Embora o HRSM tenha boa estrutura física e de recursos humanos, também recebe grande demanda de atendimento por pacientes infectados pelo novo coronavírus, o que causa sobrecarga na unidade. Segundo os representantes do MPDFT, enquanto o comércio esteve fechado na região, o problema foi parcialmente contornado pela diminuição do número de atendimentos de cirurgia e ortopedia.
Após a liberação das atividades econômicas, houve incremento do fluxo de pacientes. Os trabalhadores do comércio comparecem ao pronto-socorro apenas para realização do teste periódico para Covid-19 ou para receberem o atestado médico exigido pelos empregadores. A presença desses pacientes satura a emergência, o que aumenta o tempo de espera daqueles que realmente estão doentes.
Além disso, os membros do MPDFT observaram que, assim como acontece nas demais unidades, a sobrecarga dos serviços é agravada pela demanda por atendimentos de menor complexidade, que não deveriam ser realizados nesses locais e sim nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Outro lado
A reportagem do Metrópoles entrou em contato com o Iges e a Secretaria de Saúde, mas não havia recebido resposta até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto a manifestações posteriores.