Bar do Alemão fechou “por causa da crise”, diz deputado Russomanno
Candidato à prefeitura de São Paulo afirmou que o bar vinha operando com prejuízo devido aos problemas econômicos do país. Político garantiu que pagará os funcionários. Bar fechou nesta sexta (5/8) após calote de R$ 2 milhões no aluguel
atualizado
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Líder nas pesquisas para a prefeitura de São Paulo e defensor do direito do consumidor, o deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP) confirmou ser dono do Bar do Alemão, ao lado de pelo menos outros quatro sócios. A casa fechou as portas nesta sexta-feira após dar um calote milionário na empresa dona do imóvel, localizado no Setor de Hotéis de Turismo Norte, às margens do Lago Paranoá, e nos 70 funcionários. Mas o parlamentar investigado por peculato no Supremo Tribunal Federal (STF) fez uma promessa. Ao Metrópoles, disse que “todos terão os contratos rescindidos e os direitos trabalhistas pagos”.
Russomanno também responsabilizou os problemas econômicos nacionais pelo fracasso do estabelecimento. “Ao longo dos últimos 12 meses, por causa da crise econômica, o restaurante vinha operando no prejuízo. Diante desse cenário, decidiu-se pelo encerramento das atividades”, afirmou o deputado, por meio de nota.De acordo com o advogado dos donos do prédio, a dívida do Bar do Alemão chega a R$ 2 milhões em aluguéis atrasados. O aluguel do local e da garagem custava R$ 70 mil por mês. Os funcionários também alegam não terem recebido os direitos trabalhistas.
Russomanno, no entanto, contesta a informação Ele alega que só houve calote nos últimos seis meses, o que corresponderia a uma dívida de R$ 420 mil.
Celso Russomanno no Bar do Alemão
Delator é sócio
O quadro societário do Bar do Alemão chama a atenção pela presença de figuras envolvidas nos últimos escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. Um dos sócios de Russomanno é o empreiteiro Augusto Ribeiro Mendonça Neto, que confessou ter reado R$ 60 milhões em propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque e ao PT.
O empresário figura na sociedade do bar como uma espécie de “sócio oculto”, por meio de uma empresa modesta, sediada na cidade paulista de Santana do Parnaíba. A Yellowwood Consultoria é composta por um capital social humilde – R$ 1 mil – mas possui R$ 1,16 milhão de cotas no Bar do Alemão.
A empresa de Mendonça Neto também foi investigada pela Polícia Federal por ter feito inúmeras transferências bancárias para companhias em nome de familiares e sócios, num montante superior a R$ 100 milhões. Desse total, R$ 18,7 milhões foram para a Yellowwood Consultoria.
Investigação por peculato
Russomanno responde a um processo que pode torná-lo inelegível. Ele é investigado por peculato (desvio de dinheiro público) ao ter alocado uma servidora, lotada no gabinete do parlamentar na capital paulista, em sua produtora de vídeo em São Paulo, entre 1997 e 2001. O STF solicitou à Procuradoria-Geral da República que se manifeste sobre o caso. O prazo máximo para um candidato ter o registro para as eleições é 15 de agosto.