Advogados pedem a liberdade provisória de acusados de estupro coletivo
O pedido segue em análise pelo Ministério Público de Goiás. À polícia, vítima de 25 anos disse que cinco homens a abusaram sexualmente
atualizado
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As defesas dos acusados do suposto estupro coletivo em Águas Lindas de Goiás (GO) entraram com pedido de liberdade provisória na quinta-feira (14/10). Ainda não há data para a resposta da Justiça.
Segundo Aldenio de Souza, advogado do subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Irineu Marques Dias, um dos acusados, o pedido se baseia na “absoluta mentira da vítima”. “As testemunhas desmentem toda a dinâmica e os vídeos que foram apresentados. Se tem vítima aqui, são as pessoas que estão presas injustamente”, alegou.
A defesa argumenta que provas técnicas também desmentem a versão da acusação. O pedido de liberdade provisória está em análise no Ministério Público de Goiás (MPGO). Conforme a avaliação, eles poderão seguir para audiência de custódia.
Cinco acusados
Após colher depoimento da vítima do suposto estupro coletivo em Águas Lindas de Goiás (GO), nesta sexta-feira (15/10), a titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), Tamires Teixeira (foto em destaque), decidiu manter a linha de investigação inicial do caso.
“Até o momento, como a vítima manteve a versão dela (de estupro coletivo), nada mudou em relação a isso. Então, a gente mantém a linha de investigação, trabalhando com estupro coletivo”, afirmou.
Em depoimento prestado à Deam, a jovem de 25 anos mudou uma parte da versão dos fatos. Inicialmente, a vítima afirmou ter sido violentada por seis homens. Na oitiva realizada desta sexta, a mulher diminuiu para cinco o número de agressores.
De acordo com a delegada, a polícia tem pistas para identificar os dois suspeitos ainda foragidos. Mas, por enquanto, os nomes não serão divulgados. “Hoje, conseguimos identificar o nome de mais um elemento, um possível autor”, contou.
“Oficialmente, nenhum (dos acusados) deixou de ser investigado. Nós temos alguns elementos que, talvez, levem a crer que não é um deles. Mas, até o momento, formalmente, oficialmente, estão mantidos. Esse sexto foi uma confusão da vítima. Ela acreditou que eram seis, mas, na verdade, foram cinco”, ressaltou a delegada Tamires.
No depoimento, a vítima também contou a dinâmica do suposto estupro coletivo. “Segundo a versão dela, ela foi levada para o quarto. E o primeiro homem abusou dela. Depois, ele saiu. Entraram mais dois e também praticaram sexo com ela. Saíram esses dois, entraram outros dois e praticaram sexo com ela. Saíram esses dois e voltou o homem do início, o primeiro. Então, são cinco”, relatou a investigadora.
Desde o crime, cometido na noite de sábado (9/10), a delegacia colheu, aproximadamente, 10 depoimentos para a elucidação do caso. E ainda deverá ouvir mais pessoas. Segundo a delegada, o inquérito deverá ser apresentado à Justiça na segunda-feira (18/10).
A delegada deixou claro que, até a entrega do relatório final, o caso segue em aberto. Ou seja, a denúncia pode mudar conforme a apuração dos policiais. Casa a linha inicial prospere e os acusados sejam eventualmente condenados, as penas podem variar de 6 a 10 anos, podendo haver aumento de pena por se tratar de estupro coletivo.
A vítima do suposto estupro coletivo deixou a delegacia sem falar com a imprensa. “Ela está bastante abalada, mas está tendo bastante apoio da sociedade. Mas não é para menos”, disse a delegada.
O caso
Nessa segunda-feira (11/10), a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) abriu investigação contra o subtenente Irineu Marques Dias. O militar foi acusado de cometer estupro contra a jovem de 25 anos em uma festa na cidade goiana.
A suposta violência teria acontecido no sábado (9/10), durante uma festa organizada pelo irmão do subtenente Daniel Marques Dias. Irineu, Daniel e um terceiro homem, identificado como Thiago de Castro Muniz, também foram identificados pela mulher como autores do abuso.
Segundo contou a moça aos policiais, ela teria ido à festa na sexta-feira (8/10), já com o objetivo de virar a noite. Na madrugada de sábado, duas mulheres a teriam convidado para dormir. Depois de entrar no quarto, as duas teriam saído e, em seguida, entrou o militar, com uma arma.
Ainda segundo a versão da mulher, o policial a teria abusado sexualmente e, depois, foi seguido por mais cinco pessoas, que se revezaram no estupro. Por fim, ela teria conseguido escapar e buscado ajuda com vizinhos. O Corpo de Bombeiro Militar do Estado de Goiás (CBMGO) prestou apoio a mulher e a levou ao Hospital Municipal Bom Jesus.
Após a denúncia da jovem, os acusados foram conduzidos à 17ª Delegacia Regional de Águas Lindas e foram presos em flagrante. Nessa quarta-feira (13/9), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) negou o pedido de liberdade da defesa dos acusados.