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Na manhã desta quinta-feira (29), uma chácara no Park Way amanheceu diferente. Em vez de silêncio, o som era de sementes lançadas à terra. A paisagem foi palco de uma das ações mais simbólicas do Funn Festival 2025: o plantio de uma agrofloresta, com participação de especialistas, organizadores e colaboradores do evento.
A iniciativa integra o conjunto de compromissos ambientais do festival, que carrega o lema da transformação coletiva por meio de práticas sustentáveis.
A atividade deu continuidade a um workshop iniciado dentro do próprio complexo do festival e contou com a presença dos especialistas Gabriel Cipriano e Andressa Marchi, que compartilharam conhecimentos sobre os sistemas agroflorestais e o impacto direto na regeneração do solo, no aumento da umidade e na biodiversidade.
“A agrofloresta traz de volta a nossa essência. A gente trocou, ao longo do tempo, as plantas que nos davam vida por plantas ornamentais. Essa reconexão é uma forma de autocuidado e de regeneração coletiva”, destacou Gabriel. “Imagina se nos canteiros das cidades, ao invés de flores decorativas, tivéssemos alimentos, ervas, árvores frutíferas e nativas? Isso é possível e urgente.”
Ao longo da atividade, foram plantadas espécies nativas do Cerrado, como ipês e embaúbas, além de ervas e alimentos como o abacaxi, em um consórcio intencional que respeita o ciclo da natureza e fortalece o solo.
Segundo Andressa, a diversidade no plantio também reflete o que deveria estar nos nossos pratos: “A agrofloresta nos ensina a respeitar os ciclos. Ela nos mostra que não dá para comer manga o ano inteiro, pois precisamos viver a sazonalidade e variar a alimentação.”
Essa percepção natural transforma não só a forma como comemos, mas como nos relacionamos com a terra, com o tempo e com a vida”, afirmou.
Sustentabilidade que pulsa
Desde a criação, o Funn Festival se destaca não apenas como o maior festival de inverno do Brasil, mas como um evento que se movimenta em sintonia com a responsabilidade ambiental.
A edição de 2025 aprofunda esse compromisso com medidas como:
- Coleta Seletiva: diversos pontos de coleta estão distribuídos pelo espaço do evento para facilitar a separação adequada dos resíduos.
- Compostagem: restos orgânicos provenientes dos estabelecimentos de alimentação são direcionados para compostagem, transformando resíduos em adubo para hortas locais.
- Redução do uso de plásticos: há um incentivo ao uso de materiais biodegradáveis e uma redução significativa de descartáveis plásticos entre os expositores.
- Educação Ambiental: a equipe do evento e o público têm o a oficinas e palestras voltadas à conscientização ambiental e ao consumo responsável.
“A gente sabe que nem todos os clientes podem estar aqui hoje, mas a ideia é que eles levem essa experiência para casa. Que possam plantar com seus filhos, abrir um canteirinho na quadra, jogar uma muvuca de sementes no solo. É sobre inspirar a mudança — mesmo que ela comece pequena.”
Aline Galvão, empresária
Plantar é resistir
O método utilizado, conhecido como muvuca, mistura sementes de diferentes espécies nativas, criando um ecossistema diverso e resistente, inspirado nos ciclos naturais da floresta.
A proposta é também simbólica: reunir saberes, pessoas e sementes em torno de uma nova forma de viver no mundo.
Além da proposta educativa, o projeto tem como objetivo neutralizar parte das emissões de carbono geradas pelo festival.
Para Henrique Migras, um dos sócios do Funn, é essencial que o festival se conecte com o território e vá além do entretenimento.
A ação faz parte do movimento de compensação de carbono do festival e marca a continuidade de uma série de oficinas e workshops que ocorrem ao longo da programação.
O propósito vai além da estética verde: trata-se de uma postura comprometida com o presente e com o futuro.
“A agrofloresta representa a essência do que acreditamos no Funn Festival: um futuro mais consciente, colaborativo e regenerativo. Ao integrar esse modelo de produção sustentável à nossa programação, queremos mostrar que é possível celebrar a cultura e o entretenimento em harmonia com a natureza. Ela simboliza o nosso compromisso com a regeneração ambiental e o legado positivo que desejamos deixar para além da música.”
Henrique Migras, sócio do Funn Festival
Funn Festival 2025
Data: até 8 de junho
Local: Estacionamento 2 do Parque da Cidade, em Brasília (DF)
Horários: Sextas e sábados, das 18h às 2h | Domingos, das 8h às 23h
Apresentação: Caixa Econômica Federal
Patrocínio: Ministério do Turismo e Governo Federal
