Por que Gonet entrou na mira das sanções de Trump
À frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet entrou na mira das sanções de Trump, assim como Alexandre de Moraes (STF)
atualizado
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Procurador-geral da República, Paulo Gonet entrou na mira das sanções que o governo de Donald Trump pretende implementar contra autoridades brasileiras como Alexandre de Moraes (STF). A Casa Branca estuda punir o PGR por ter se manifestado a favor da derrubada da rede social X no Brasil. E, também, pelo fato de Gonet ter apoiado o bloqueio de perfis como o do comunicador bolsonarista Allan dos Santos, que vive nos Estados Unidos.
Em agosto de 2024, Gonet solicitou ao ministro Alexandre de Moraes a suspensão do X em todo o Brasil. No parecer, o procurador-geral argumentou que a plataforma descumpriu ordens judiciais do Supremo, uma vez que Elon Musk, dono da rede social, não nomeou um representante legal da empresa no país. Meses após o embate, com a eleição de Trump, Musk assumiu cargo na Casa Branca e virou o braço direito do presidente dos EUA.
No mesmo parecer, Paulo Gonet solicitou à Polícia Federal (PF) que apurasse a veracidade da resposta dada pelo X sobre perfis de investigados que estariam driblando ordens de bloqueio determinadas por Moraes. Entre os citados que teriam violado as medidas estava Allan dos Santos. Gonet também requereu a Alexandre de Moraes que fosse investigado se Elon Musk era o responsável por autorizar a publicação de postagens em perfis suspensos por determinação judicial.
Gonet já havia pedido ao STF a abertura de uma investigação contra Allan dos Santos e defendeu o bloqueio de duas contas do influenciador nas redes sociais. O PGR apontou indícios de uma possível “ação coordenada” para disseminar informações falsas e interferir em investigações em andamento no STF. Atualmente, o comunicador tem um perfil verificado no X [Allan dos Santos – conta de número 5], que tem 120 mil seguidores.
EUA recusam extradição
Ainda durante o governo Joe Biden, os Estados Unidos recusaram pedido do Brasil para extraditar Allan dos Santos, argumentando que o comunicador não poderia ser punido por crime de opinião. Com a posse de Trump, a Casa Branca decidiu agir contra autoridades brasileiras para combater o que considera censura.
À frente da PGR, Paulo Gonet também solicitou a Moraes o compartilhamento do “inquérito do golpe” com o da “fake news” e o das “milícias digitais”. O objetivo é cruzar dados das diferentes investigações. No inquérito das milícias digitais, que apura a organização e financiamento das campanhas de desinformação, Alexandre incluiu Musk como um dos investigados.
Alexandre de Moraes e outros ministros do STF sustentam que os investigados teriam extrapolado o limite de liberdade de expressão.