Os sinais de alerta a Alexandre de Moraes
Sinais concretos apontam que Alexandre de Moraes terá, pela primeira vez, dor de cabeça com potencial de deixá-lo em situação desconfortável
atualizado
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Sinais concretos apontam que Alexandre de Moraes terá, pela primeira vez, dor de cabeça com potencial de deixá-lo em situação desconfortável. A visita de representantes da OEA ao Brasil culminará na produção de um robusto relatório sobre a atuação do ministro do STF. Um indicativo dessa robustez é de ordem econômica.
O principal financiador da OEA é o governo dos Estados Unidos, comandado atualmente por Donald Trump. Além de aliado de Bolsonaro, o presidente norte-americano tem em seu núcleo duro dois desafetos de Alexandre de Moraes: o empresário Elon Musk e o estrategista Jason Miller, ambos alvos de decisões judiciais do magistrado brasileiro.
Sem cerimônia, Trump cortou trilhões de dólares que os EUA destinavam a ONGs e à USaid, agência que patrocina iniciativas no exterior. A cúpula da OEA está atenta a isso. E, para evitar a tesoura, fará um relatório que não dê margem à interpretação de que atuou com negligência no caso Moraes.
Para este ano, a previsão é que os Estados Unidos destinem 52 milhões de dólares à Organização dos Estados Americanos. O valor corresponde à metade do arrecadado pela OEA junto a todos os outros 33 países que integram o colegiado internacional.
“Impressionante”
Um outro termômetro do que está por vir pôde ser percebido na entrevista concedida por Pedro Vaca Villarreal a Sam Pancher, no Metrópoles. Nela, o enviado da OEA disse ter ficado “impressionado” com o tom das acusações feitas por deputados, senadores e manifestantes críticos do ministro Alexandre de Moraes.
“O tom dos relatórios é realmente impressionante. Temos que analisar isso com calma. Eles [STF] divulgaram um comunicado de imprensa sobre o encontro. Essa é a voz deles. Teremos a nossa mais tarde”, afirmou o representante da OEA.
Histórias de manifestantes presos no 8 de Janeiro chamaram a atenção de Pedro Vaca Villarreal. Entre elas, a de Cleriston Pereira da Cunha, “patriota” que morreu no presídio da Papuda após ar mal. Meses antes do óbito, o gabinete de Moraes ignorou pedidos médicos e parecer da Procuradoria-Geral da República que solicitavam a soltura de Cleriston. Quem narrou o episódio para a OEA foi Luiza Cunha, filha do falecido.
O relatório da Organização dos Estados Americanos será robusto, não há dúvida. A dúvida é quanto à intensidade. Se o documento, que tem abrangência e repercussão internacional, provocará leve dor de cabeça ou enxaqueca em Alexandre de Moraes. O tempo dirá.