Moraes questiona PF sobre bens apreendidos de Braga Netto
Relator do inquérito sobre suposta tentativa de golpe de estado, Moraes deu 5 dias para a PF se manifestar sobre bens de Braga Netto
atualizado
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Relator do inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de estado, o ministro Alexandre de Moraes (STF) questionou a Polícia Federal (PF) sobre a manutenção da apreensão dos bens do general Walter Braga Netto. O militar, que foi ministro de Jair Bolsonaro e vice na chapa de reeleição do ex-presidente, está preso desde o dia 14/12 do ano ado por suposta tentativa de intervenção na investigação.
Na última terça-feira (21/1), Moraes enviou ao Coordenador de Inquéritos nos Tribunais Superiores da Polícia Federal um ofício questionando sobre a “necessidade da manutenção da apreensão dos bens apreendidos em posse de Walter Souza Braga Netto”. O ministro deu cinco dias como prazo de resposta.
Quando foi preso, Braga Netto estava no seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. Antes, em fevereiro de 2024, ele foi alvo de uma operação de busca e apreensão. No dia 15/1, após sua prisão, os advogados do general solicitaram ao STF a devolução de aparelhos eletrônicos apreendidos.
“Consta dos autos que os aparelhos eletrônicos e mídias dos referidos termos de apreensão já tiveram seus conteúdos extraídos. O conteúdo, aliás, foi utilizado na elaboração do relatório final das investigações, de modo que a manutenção dos aparelhos e mídias apreendidos não mais interessa ao processo, permitindo sua restituição”, argumentaram os advogados do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa no governo Bolsonaro.
Braga Netto é filiado ao PL. Na mesa de um dos seus assessores, na sede do partido em Brasília, a PF encontrou um documento que indica uma tentativa de obter o conteúdo da delação do ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
“[Os contatos] tinham a finalidade de obter dados sigilosos, controlar o que seria reado à investigação, e, ao que tudo indica, manter informado os demais integrantes da organização criminosa”, escreveu Moraes ao dar a ordem de prisão.