De olho em 2026, ministros de Lula travam embate com Zema
Ministros de Lula, Alexandre Silveira e Renan Filho provocaram Zema após Donald Trump aumentar as tarifas de aço e alumínio
atualizado
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Integrantes do governo Lula viram nas tarifas impostas por Donald Trump uma frente de desgaste ao governador mineiro Romeu Zema (Novo), cotado para disputar a Presidência em 2026 pelo campo conservador. Os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Renan Filho (Transportes) afirmaram que a taxa de 25% para importação de aço e alumínio prejudicará Minas Gerais, que exporta os produtos.
Ambos recuperaram uma publicação de Romeu Zema na qual o governador parabeniza Donald Trump, reproduzindo o “Make America great once again”, slogan da campanha republicana. Renan Filho é um dos cotados para ser vice na chapa de Lula em 2026, enquanto Silveira pode concorrer ao Senado por Minas Gerais e deverá articular a campanha do petista no estado na próxima eleição.
No X, antigo Twitter, Silveira atacou: “Entreguista e subserviente ao poderio internacional, Romeu Zema teve como resposta ao seu tuíte lambe-botas o anúncio da sobretaxa em 25% do aço mineiro. Infelizmente, isso é o que acontece quando quem não entende o que é fazer política de verdade cai de paraquedas no poder”.
Já Renan Filho compartilhou um vídeo de Zema comendo banana com casca, para rebater a provocação do governador à alta no preço dos alimentos. “Você deveria aproveitar para mostrar o que faz no governo. Qual sua grande obra rodoviária? O que você fará com as barreiras que Trump impôs ao aço? Você estava lá, com o bonezinho vermelho, dizendo ‘make America great again‘”, provocou.
De acordo com dados do Instituto Aço Brasil, Minas Gerais é o maior produtor de aço do país, com 9,3 milhões de toneladas em 2024. Segundo a mesma organização, os EUA compraram 49% do total do aço nacional exportado. No ano ado, somente o Canadá superou o Brasil na venda desse produto aos Estados Unidos.
A treta tem um viés político duplo. Zema está no seu segundo mandato e é um dos cotados para concorrer à Presidência contra Lula, em 2026. Dessa forma, as críticas visam desgastar antecipadamente um possível adversário do PT na próxima eleição nacional.