Governo Lula quer aumentar pressão até a prisão de Bolsonaro
Governo Lula celebrou denúncia da PGR contra Bolsonaro, mas pediu mobilização até eventual prisão do ex-presidente
atualizado
Compartilhar notícia

O espaço para “comemoração” no governo foi curto. Ainda na noite desta terça-feira (18/2), logo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra Bolsonaro por causa da suposta trama golpista, interlocutores do presidente Lula pediram à base de apoio para continuar a pressão até a eventual prisão do ex-presidente. O PT cobrará, ainda, celeridade no julgamento que correrá no STF.
O Planalto acredita que Bolsonaro apostará em demonstrações de força para contrapor o desgaste causado pela denúncia da PGR. O ex-presidente convocou manifestações de rua para março, após o Carnaval, e deve fazer mais visitas a lideranças políticas pelo Brasil.
O governo quer encontrar maneiras de minimizar o alcance dessas ações. De acordo com um líder próximo a Lula, a ideia é continuar fazendo a defesa do governo nas redes sociais e no Congresso Nacional, mas reforçar pautas que levem desgaste a Bolsonaro, como a própria trama golpista, números negativos da gestão ada e outras investigações, como o caso das joias.
Lideranças governistas avaliam que Bolsonaro deverá agir para atrasar ao máximo o início do julgamento. Após a denúncia, o STF abrirá um prazo para a defesa de Bolsonaro se manifestar. Só então a Corte marcará data para definir se o ex-presidente se tornará réu, o que é dado como certo nos corredores do Supremo. O governo Lula fará alarde em cada fase do processo.
Na etapa final, o Supremo vai julgar Bolsonaro e os outros 33 denunciados pela PGR. Uma eventual prisão só ocorrerá após a condenação formal e o esgotamento dos recursos. O governo espera o cumprimento desse rito e não torce por uma prisão preventiva, pois avalia que isso poderia gerar mais ações de rua de bolsonaristas e fortalecer a narrativa de perseguição política.