Pacheco era alvo de grupo que cobrava até R$ 250 mil por espionagem
O nome do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco, que ocupou o cargo até fevereiro de 2025, estava na lista do grupo criminoso
atualizado
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A Polícia Federal (PF) descobriu que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi mencionado como alvo de interesse do Comando C4, organização criminosa empresarial desarticulada nesta quarta-feira (28/5) durante a 7ª Fase da Operação Sisamnes.
Nas anotações encontradas pelos investigadores, Pacheco aparece listado entre as potenciais vítimas do grupo que se autodenominava “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos”, composto por militares da ativa e da reserva, além de civis, especializados em espionagem e assassinatos sob encomenda.
Segundo fontes que acompanham as investigações, o nome do ex-presidente do Senado, que ocupou o cargo até fevereiro de 2025, estava na lista do grupo criminoso.
De acordo com a PF, o Comando C4 mantinha uma tabela de preços para serviços de espionagem e homicídios: R$ 250 mil para monitoramento de ministros do STF, R$ 150 mil para senadores — faixa na qual Pacheco se enquadrava — e R$ 100 mil para deputados federais.
A investigação aponta que o grupo agia com alto grau de organização, utilizando tecnologia de vigilância avançada, como drones, além de táticas de infiltração social, recorrendo até mesmo a prostitutas para se aproximar de alvos.
As investigações começaram após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT). A apuração do homicídio revelou a existência do Comando C4 e sua atuação em espionagem política, além de um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, com ramificações que atingem o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Por determinação do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, quatro de monitoramento eletrônico e seis de busca e apreensão em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.
Entre os presos estão:
- Aníbal Manoel Laurindo, produtor rural, apontado como mandante do homicídio;
- Coronel Luiz Cacadini, militar da reserva e suposto financiador do crime;
- Antônio Gomes da Silva, acusado de ser o atirador;
- Hedilerson Barbosa, suspeito de intermediar a execução e dono da arma;
- Gilberto Louzada da Silva, cuja participação ainda é investigada.
Além do aparato bélico, a PF apreendeu registros manuscritos, inclusive a tabela de preços do grupo, que detalhava valores conforme a posição ocupada pelas vítimas.