“Bandido não é herói”: Polícia detona críticas após prisão de Poze
“Não pode transformar bandido em herói”, diz um dos trechos mais incisivos da resposta, que viralizou nas redes sociais nesta sexta-feira (3
atualizado
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Após a repercussão da prisão de Marlon Brandon Coelho Couto Silva, o MC Poze do Rodo, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) divulgou um vídeo oficial rebatendo as críticas dirigidas à corporação e explicando os fundamentos legais que motivaram a operação. “Não pode transformar bandido em herói”, diz um dos trechos mais incisivos da resposta, que viralizou nas redes sociais nesta sexta-feira (3o/5).
A publicação foi feita nas redes oficiais da PCERJ com a legenda: “Mais uma vez, a Polícia Civil RJ vem desmistificar narrativas antipolícia. A instituição age com base na lei, sem distinção de cor, credo, classe social…”.
No vídeo, a corporação refuta os principais comentários críticos sobre a prisão de Poze e afirma que o cantor foi detido por apologia ao crime, associação à facção Comando Vermelho (CV) e por utilizar a música como ferramenta de propaganda da narco cultura.
“Criminoso é criminoso, independente de cor, religião e de onde mora. Ele foi preso por fazer apologia à facção criminosa, incentivar guerras territoriais e associar sua imagem a bandidos armados”, afirma um dos trechos da gravação.
“Fazer arte é uma coisa. Glorificar o crime é outra”
A Polícia Civil ressalta que a prisão não tem relação com o gênero musical funk, mas com o uso da arte como “ferramenta de guerra a serviço do crime”. O vídeo oficial sustenta que a liberdade de expressão não pode ser confundida com imunidade penal.
“Fazer arte é uma coisa. Fazer apologia ao crime, ostentar armamento e exaltar facção criminosa é outra”, diz o vídeo. “A apologia é o começo. A bala é o fim.”
A resposta ainda rebate críticas sobre suposto uso excessivo de força e vitimização seletiva, reforçando que “a lei é para todos”, e que empresários, políticos e criminosos de colarinho branco também são presos diariamente, “mas não aparecem nas redes sociais com fuzil”.
Prisão, facção e fuzis em show
MC Poze foi preso após a Justiça do Rio expedir mandado com base em provas levantadas pela Polícia Civil. Entre elas, está a divulgação de vídeos em que homens armados com fuzis de uso aparecem dançando durante um show do cantor na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, no sábado (17/5).
Segundo fontes da investigação, Poze itiu ligação com o Comando Vermelho durante os procedimentos padrão realizados após a prisão, informação considerada relevante para a alocação do detido no sistema prisional.
De acordo com a Secretaria de istração Penitenciária (SEAP), o cantor está custodiado na Penitenciária Dr. Serrano Neves (Bangu 3A), unidade conhecida por abrigar presos ligados ao CV. A identificação de facção, segundo as autoridades, visa evitar conflitos dentro das cadeias.
Operação ocorreu após morte de policial
O show em que os fuzis foram exibidos aconteceu na véspera da operação policial que resultou na morte do agente José Lourenço, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), durante ação em uma fábrica de gelo investigada por ligações com o tráfico.
“Eles seguram a arma, mas a música que exalta o bandido prepara o terreno para o tiro. Inversão de valores é a tentativa de descredibilizar a polícia, que atua quando todos os outros falharam.”