Cultura Tiki e toque vintage: conheça a identidade visual do Na Praia
Metrópoles entrevistou os responsáveis pela comunicação do festival brasiliense e revela os bastidores do processo criativo do evento
atualizado
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Criar uma identidade visual capaz de mostrar os valores que uma marca quer ar ao público-alvo requer muita pesquisa, brainstorming e cabeças pensantes sobre o projeto. Além disso, alinhar as expectativas do cliente e entender o briefing são premissas mais que necessárias para desenvolver um trabalho que comunica de maneira eficaz.
Diante dessa perspectiva, para entender mais sobre a identidade visual do Na Praia, evento que tem movimentado Brasília, o Metrópoles entrevistou Isadora Tupinambá, diretora de Arte do Grupo R2, um dos responsáveis pelo desenvolvimento criativo do evento; e Gabriel Lira, diretor Comercial e de Marketing da agência Gruv, que apoia a comunicação do festival em parceria com o time de Marketing da R2.
O conceito criativo do festival tem várias vertentes. “O Na Praia — Parque de experiências pé na areia, por exemplo, era um sonho ter um litoral em Brasília e com a cara da capital, um local onde todos pudessem sentir que é sempre verão, não importa a estação. A iniciativa surgiu ao longo de três sprints de inovação que fizemos de 2020 a 2021. Neles, nós adentramos em pesquisa, benchmarking, entrevistas, construção de jornadas, personas, entre outros”, relembra Isadora.
A profissional conta que o conceito visual do Na Praia Festival, focado nas atrações musicais de julho a setembro, por sua vez, recebeu o tema do Havaí.
“A temática foi baseada em cartazes turísticos vintage dos anos 50/60 para levar americanos ao arquipélago do Havaí nos tradicionais tecidos kapa (material de fibra vegetal de estampas carimbadas com características de havaianos); nas estampas florais típicas; e na cultura Tiki”.
Isadora Tupinambá, diretora de Arte do Grupo R2
Essa cultura é baseada na vivência polinésia, mas especificamente, na havaiana. Trata-se de um movimento de arte e de entretenimento que engloba hula hula, drinques exóticos e Aloha — palavra comumente usada para saudação simples com grande significado cultural”.
Uma das principais dificuldades ao criar o projeto, de acordo com Isadora, foi a implementação da identidade em todas as frentes, além de manter a coesão, entre peças criadas, como cenografia, newsletter, posts para o Instagram, mobiliário urbano, uniformes e ativações dos patrocinadores.
Como construir uma identidade visual
De acordo com Gabriel Lira, da Gruv, construir uma identidade visual é um processo de várias fases. Entre elas, destacam-se colher e compreender as necessidades do cliente, plano de negócios e o levantamento das necessidades da identidade.
“Selecionamos um time para dedicar exclusivamente ao projeto, composto tanto de profissionais de Marketing, Comunicação, Design da R2 e de pessoas exclusivas da Gruv. Acreditamos que o sucesso do trabalho se deve à cocriação e a sinergia entre a Gruv e a R2″.
Gabriel Lira, diretor Comercial e de Marketing da agência Gruv
Ele explica que nexo e coerência não podem faltar em um processo criativo e que ser coerente não quer dizer que uma marca deva criar trabalhos que as pessoas estão acostumadas a ver, pois pode-se criar algo completamente disruptivo, desde que seja coerente com a visão da empresa. “Essa coerência é o contexto que a empresa está inserida e ao que ela acredita”, frisa Lira.
Valores X Identidade visual
Para conseguir alinhar uma identidade visual aos valores que uma marca quer ar, é necessário transformar o intangível em tangível. É preciso, de fato, que um valor, um conceito e uma ideia se represente em algo que uma pessoa pode ver, ouvir, sentir e pensar.
“Para alinhar a identidade visual é imprescindível que os atributos presentes nos valores e no conceito se tornem tangíveis de forma que possam ser vistos, sentidos, tocados e ouvidos. É através das nossas sensações que a gente consegue entender uma marca”, garante Gabriel.
Diferença entre identidade visual, marca e branding
Muita gente confunde as três nomenclaturas. A identidade visual, por exemplo, é todo o conjunto de elementos, como logo, cor, ilustrações e fotos. “Enquanto isso, a marca é sobre o que as pessoas falam. Olhando para esse prisma, a gente consegue entender que a marca não está no visual, nem na logo. Trata-se, de fato, o que as pessoas dizem sobre uma empresa”, estrutura o executivo.
Por fim, o branding é o processo de gestão. “Trata-se de colocá-la no centro das decisões de negócios da empresa e fazer os seguintes questionamentos ao lançar um produto: Isso faz sentido para nossa marca? Isso combina com a gente?”, finaliza Gabriel Lira.