Mulheres dominam cursos de moda, mas são minoria em cargos de direção
Enquanto representam 74% dos estudantes de moda no mundo, mulheres ocupam a direção criativa de pouco mais de 10% das marcas de luxo
atualizado
Compartilhar notícia

A constante luta da mulher por espaço no mercado ainda é uma questão na indústria da moda. Embora as mulheres representem maioria expressiva nos cursos de moda, a presença delas diminui drasticamente em posições de liderança, como CEOs e diretoras criativas.

Um levantamento da plataforma 1granary revelou que, nas instituições de ensino ao redor do mundo, uma média de 74% dos estudantes de cursos de moda são mulheres. Enquanto isso, elas ocupam apenas 12% dos cargos de direção criativa nas principais casas de moda de luxo.
Essa estatística mostra um problema que, mesmo conscientizado na sociedade, persiste na indústria, em que o potencial feminino permanece inexplorado e preterido. Enquanto isso, uma pesquisa anual da Drapers sobre empresas de varejo de moda indica um lento progresso na representação feminina nos conselhos de istração.
Em 2024, as mulheres ocupavam em média 37% dos cargos nesses conselhos, o que representa um aumento em relação aos 32% em 2023 e 28,1% em 2020. No entanto, a maioria dessas posições são cargos não executivos, com apenas 19% das mulheres em funções executivas, como CEO e CFO (chefe do setor financeiro). Esse número representa um retrocesso em relação aos 25% alcançados em 2022, retornando aos níveis de 2020.

Como superar a falta de mulheres na moda
A organização britânica FTSE Women Leaders Review, apoiada pelo governo local, estabeleceu metas para aumentar a representação feminina em conselhos e equipes de liderança. A crescente conscientização do público e o reconhecimento da importância de uma perspectiva diversificada também contribuem para essa mudança.
“O foco agora é alcançar 40% de representação feminina na liderança e aumentar as nomeações de mulheres nos quatro cargos-chave de presidente, diretora sênior independente, CEO e diretora financeira, até o fim de 2025”, afirma a organização em publicação.

Sarah Lim, diretora da empresa de consultoria Korn Ferry, acredita que “o pêndulo está se movendo” em relação ao número de nomeações de mulheres para a presidência e os cargos de direção: “Quando conversamos com os conselhos sobre a inclusão de novos membros, esperamos representatividade. Essa é a expectativa agora, o que não era o caso há cinco ou 10 anos”, disse em entrevista à Drapers.

A pesquisa conclui que uma combinação de metas governamentais, expectativas dos consumidores e trabalho flexível ajudou a impulsionar mudanças, mas ainda é necessário promover mais iniciativas para inserir mulheres em cargos executivos e melhorar a igualdade de gênero em todos os níveis das empresas. Afinal, o interesse feminino demonstrado em especializações e cursos de moda não pode ser por acaso.
Ver essa foto no Instagram