Exposição no Palácio de Buckingham abordará glamour da era eduardiana
A mostra começa em abril e terá itens de moda, joias, obras de arte e objetos que fizeram parte da vida de dois casais reais britânicos
atualizado
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O glamour e a opulência que marcaram a era eduardiana, na Grã-Bretanha, serão tema de uma exposição na The King’s Gallery do Palácio de Buckingham, na Inglaterra, em abril.
Mais de 300 itens serão exibidos na mostra The Edwardians: Age of Elegance (“Os Eduardianos: a era da elegância”, em tradução livre), entre peças de moda, joias, obras de arte e objetos que marcaram as vidas de dois casais reais britânicos: o rei Edward VII e a rainha Alexandra, e o rei George V e a rainha Mary. Os quatro ficaram conhecidos pelo estilo e por colecionarem peças de grandes artistas daquele período. Vem saber os detalhes!

Contexto histórico
Com curadoria de Kathryn Jones, a mostra começa em 11 de abril e segue até 23 de novembro. Metade dos itens serão exibidos pela primeira vez. A lista inclui peças de coleções pessoais e familiares do casais, além de objetos de viagens, eventos e até memórias dos círculos sociais dos quais eles faziam parte.
Várias das obras, que fazem parte da coleção real, são de artistas celebrados do período, incluindo pintores, escritores, o joalheiro russo Carl Fabergé – que terá mais de 20 criações expostas – e o designer têxtil, poeta e ativista inglês William Morris.
“A era eduardiana é vista como uma era de ouro de estilo e glamour, o que de fato foi, mas há muito mais para descobrir abaixo da superfície. Este foi um período de transição, com a Grã-Bretanha à beira da era moderna e a Europa se aproximando da guerra. Nossos casais reais viveram vidas luxuosas, sociáveis e aceleradas, adotando novas tendências e tecnologias”, explica a curadora, em comunicado, acrescentando que a Primeira Guerra Mundial marcou o fim daquela era.
Um dos casais abordados na mostra, o rei Edward VII (filho da rainha Vitória) e a rainha Alexandra (da Dinamarca), inaugurou uma fase glamourosa para a família real britânica e foi o primeiro a trocar alianças na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, onde o príncipe Harry e Meghan Markle se casaram em 2018. O casal tinha uma vida social intensa e cercada de muita arte contemporânea. O filho de Edward, George V, viveu aos mesmos moldes mais tarde com a esposa, a rainha Mary.




Destaques de moda e joias
A moda vivenciada pelos casais transparece nas pinturas e retratos, além das joias, como o colar de Dagmar, um presente de casamento do então rei da Dinamarca para Alexandra, e, pela primeira vez exposto, o colar Love Trophy, da rainha Mary. Outros destaques são uma cigarreira azul com uma cobra de diamantes, presente dado por uma amante a Edward em 1908, e um estojo Cartier também exibido pela primeira vez, feito de cristal, com diamantes e rubis.
Entre as obras de arte, repletas de itens das coleções pessoais das quatro figuras centrais da exposição, há peças de movimentos como art nouveau e esteticismo, bem como livros, fotografias, pinturas, entre outros objetos. A curadoria da mostra também reflete as viagens dos dois casais, incluindo os presentes que recebiam e os registros fotográficos. Naquela época, eles foram os membros da realeza britânica a viajarem a destinos mais distantes até então, em cinco continentes.




Fim de uma era
A era eduardiana e todo o glamour envolvido chegaram ao fim com o início da Primeira Guerra Mundial, após quatro anos do reinado de George V. Mesmo a fase durante e pós-guerra, incluindo fotografias de Olive Edis e uma pintura de Frank O. Salisbury, teve registros colecionados pela família real, que honram sacrifícios feitos e também suas consequências. “No final do conflito, uma monarquia mais contida e obediente havia surgido: uma monarquia moldada para o século 20”, contextualiza o comunicado da mostra.