Burberry lança programa para doar sobras de tecido a estudantes de moda
Um dos objetivos da iniciativa, em parceria com o Conselho de Moda Britânico, é incentivar que outras marcas e universidades façam o mesmo
atualizado
Compartilhar notícia

Escolhas ecologicamente corretas andam ao lado do impacto social e da economia circular no tripé que forma a sustentabilidade. A nova decisão da Burberry está aí para provar isso. Recentemente, a grife britânica anunciou que doará sobras de tecido para estudantes de moda carentes em todo o Reino Unido. O programa piloto, batizado de ReBurberry Fabric, é uma parceria com o Conselho de Moda Britânico (British Fashion Council, ou BFC, na sigla original) e tem apoio dos jornalistas de moda Charlie Porter e Sarah Mower.
Vem comigo saber mais detalhes!
O que esperar da iniciativa ReBurberry Fabric
No programa ReBurberry Fabric, a supervisão de toda a logística necessária para a doação dos tecidos será de responsabilidade do BFC. A instituição fará isso por meio do Institute of Positive Fashion e do Colleges Council, braços da organização. Junto com a marca britânica, o conselho está desenvolvendo um processo centralizado de logística. Com isso, o objetivo é tornar o o aos materiais ainda mais fácil.
Segundo o comunicado oficial da label, a ação vai ao encontro do “compromisso contínuo de apoiar comunidades criativas” promovido pela Burberry. Não pense que essa será uma brecha para os estudantes reproduzirem designs da grife: a ideia é que eles possam colocar suas próprias ideias em prática a partir dos tecidos doados. Os insumos não terão qualquer detalhe que os tornem identificáveis, como materiais da marca britânica. Ou seja, nada daquela estampa clássica em xadrez.
Esta é só a fase inicial de um projeto que o BFC pretende estender para todo o setor, sob o nome Student Fabric Initiative. Com o pontapé inicial da Burberry, a intenção é que essa ideia sirva de modelo para que outras marcas e universidades de moda possam trabalhar juntos pelo mesmo objetivo, dando o ao devido “e prático” para futuros talentos.
“Fornecer recursos para essas comunidades de forma sustentável permitirá que elas deem vida a sua criatividade e continuidade a seus programas com as ferramentas de que precisam”, destacou Pam Batty, vice-presidente de responsabilidade corporativa da Burberry. “Estamos ansiosos para ver como as doações podem impactar positivamente essas instituições acadêmicas e estudantes, e esperamos que este seja o início de uma iniciativa mais ampla da indústria para apoiar essas comunidades, agora e no futuro.”
Caroline Rush, CEO do BFC, explicou que uma das prioridades da organização é incentivar a indústria a andar pelo caminho da moda circular, o que inclui, também, apoiar a “excelência em design de moda”, como descreveu a diretora executiva. “O talento criativo está no coração da indústria, e temos orgulho de nossas faculdades líderes mundiais. Ser capaz de fornecer a esses alunos essas oportunidades é um privilégio”, compartilhou.






Iniciativa da Alexander McQueen
Em fevereiro deste ano, a grife Alexander McQueen fez uma iniciativa parecida e doou tecidos antigos para 14 universidades do Reino Unido. Sarah Burton, diretora criativa da label, destinou os materiais para que os estudantes possam utilizá-los ao longo dos cursos de graduação.
A iniciativa veio de um hábito antigo. A marca tem o costume de não descartar nada quando se trata de tecidos, desde a pesquisa até a produção das peças. Por isso, tudo é arquivado e armazenado, explicou Burton.



Situação dos estudantes de moda no Reino Unido
Manter uma vida universitária no Reino Unido não é algo barato, como enfatiza artigo no site da revista i-D, assinado por Charlie Porter, apoiador da iniciativa da Burberry. Normalmente, só os custos de taxas, moradia e outras despesas de subsistência geram dívida de 50 mil libras para o bolso dos estudantes, segundo o texto.
Quando se trata dos alunos de cursos de moda, há, ainda, gastos com tecidos e outros materiais necessários para a prática das disciplinas. Sem falar que muitos deles mantêm empregos de meio período para ajudar nas despesas. Neste momento, como se sabe, vagas como essas estão escassas, e famílias am por situações financeiras delicadas.
Que a iniciativa da Burberry possa incentivar outras marcas a serem uma mola propulsora de novos talentos. É extremamente significativo que empresas contribuam com os recursos necessários para o desenvolvimento acadêmico em moda.
Colaborou Hebert Madeira