Senado gasta R$ 35,5 mil para bolsonarista viajar aos EUA de executiva
Custo total da viagem de senador bolsonarista aos EUA ultraou R$ 57 mil, incluindo voo em classe executiva e diárias para hotel e comida
atualizado
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O Senado gastou mais de R$ 57 mil para bancar a viagem do senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) aos Estados Unidos, de 18 a 24 de fevereiro, para o parlamentar participar de conferência conservadora.
A viagem com o ônus para o Senado foi autorizada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), e incluiu agens em classe executiva até Washington, além de seis diárias para hospedagem e alimentação.
Só com as agens em classe executiva para Seif, o Senado desembolsou R$ 35,5 mil, incluindo no preço um seguro viagem. Já em diárias, o senador recebeu R$ 22,1 mil pelos seis dias.
Nas redes sociais, Seif disse que viajou “representando oficialmente” o Senado na conferência, que contou com a presença do presidente Donald Trump, de seu vice, J.D. Vance, e do presidente argentino, Javier Milei.
Seif também afirmou que aproveitou a viagem para denunciar suposta perseguição judicial contra Jair Bolsonaro no Brasil. O ex-presidente foi denunciado pela PGR no chamado inquérito do golpe.
“No AC 2025, denunciei à comunidade internacional as graves revelações constitucionais contra Bolsonaro e a perseguição política no Brasil. O Brasil poderá ter que responder por isso a países e órgãos internacionais!”, escreveu Seif.
Além da participação na AC, Seif foi a um jantar da comunidade judaica em Washington, onde tirou fotos ao lado do jornalista Allan dos Santos, que teve a prisão decretada no Brasil por Alexandre de Moraes.
O que diz o senador
Em nota à coluna, Seif explicou que foi autorizado pela presidência do Senado a viajar e que seguiu as regras da Casa para o uso dos recursos do Parlamento para custear missões de senadores.
Seif também destacou que participou da conferência conservadora como convidado e ressaltou que o evento reuniu grandes nomes da direita mundial, como Trump e Milei.
“Participei do AC como convidado. É um evento político da direita mundial, com participação de grandes nomes e lideranças. O Senado Federal aceitou e autorizou minha ida ao evento, o que está de acordo com as regras da Casa. O Parlamento tem seus recursos próprios, para custear missões de senadores em eventos diversos. Missões políticas ou diplomáticas fazem parte da atividade parlamentar. Estou ciente e tranquilo de meu papel em eventos e com autoridades que encontrei para discutir a situação brasileira. Tudo está dentro da legalidade prevista pelo Senado Federal, uma regra que sempre tenho em meu mandato”, disse o senador em nota.