Eduardo Bolsonaro quer levar Marcos Valério para falar na Câmara
Perto da eleição, filho do presidente tenta ampliar holofotes sobre delação de publicitário apontado como operador do Mensalão
atualizado
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Em mais uma estratégia para tentar atingir a candidatura do ex-presidente Lula (PT), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) quer levar para a Câmara a delação do publicitário Marcos Valério.
Nessa segunda-feira (4/7), o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro protocolou um requerimento para convidar o publicitário a falar na Comissão de Segurança Pública da Casa sobre a delação que assinou há mais de 10 anos.
O colegiado é um dos “núcleos” bolsonaristas na Câmara e tem como vice-presidente o deputado federal Daniel Silveira (PTB-SP), aliado de primeira hora do Palácio do Planalto.
No convite, Eduardo Bolsonaro explica que os deputados deveriam ouvir Marco Valério sobre os novos trechos de sua delação à Polícia Federal revelados pela revista Veja na última semana.
“Em face da nova delação prestada pelo Sr. Marcos Valério e a recente repercussão e relevância das informações prestadas em seu depoimento, e considerando o vulto que o teor de suas declarações apresenta para o escopo desta Comissão, considero de grande relevo o convite ao Sr. Marcos Valério para explanar sobre os temas em epígrafe para os membros desta comissão”, justifica Eduardo Bolsonaro no requerimento.
Entenda o caso
Aliados de Bolsonaro tentam, desde a última semana, inflar nas redes sociais os trechos da delação de Marcos Valério. Em especial, a parte em que o publicitário fala da relação do PT com o PCC.
O depoimento foi colhido pela Polícia Federal há mais de 10 anos. Nele, Valério explica que ouviu do então secretário-geral do PT Sílvio Pereira como funcionava a relação entre o partido e a facção.
Segundo Pereira teria contado a Valério, o empresário paulista Ronan Maria Pinto chantageava Lula para não revelar como funcionava o esquema ilegal de arrecadação da sigla.
Parte do dinheiro seria proveniente de lavagem de dinheiro do crime organizado, de acordo com o publicitário, que foi condenado a a 37 anos de cadeia após ser apontado como operador do esquema do Mensalão.