Bolsonaro quis vender relógio para indenizar deputada do PT, disse Cid
Em delação premiada, Mauro Cid afirmou que Bolsonaro quis vender um Rolex para pagar indenização a uma deputada do PT e multas de trânsito
atualizado
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Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou, em delação premiada, que o ex-presidente pediu para vender relógios de luxo que ganhou de presente, com o objetivo de pagar multas de trânsito e até indenização judicial para uma deputada do PT.
Em depoimento à Polícia Federal, Cid relatou que Bolsonaro reclamava dos valores que precisaria gastar para indenizar a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), após condenação judicial, e para pagar multas de trânsito por não usar o capacete nas motociatas que realizava pelo Brasil.
“QUE no começo de 2022, o presidente JAIR BOLSONARO estava reclamando dos pagamentos de condenação judicial em litigio com a Deputada Federal MARIA DO ROSARIO e gastos com mudanças e transporte do acervo que deveria arcar, além de multas de trânsito por não usar o capacete nas motociatas; QUE diante disso, o ex-Presidente solicitou ao COLABORADOR quais presentes de alto valor que havia recebido em razão do cargo; QUE o COLABORADOR verificou que os presentes mais fáceis de mensurar o valor seriam os relógios, e solicitou ao GADH a lista de relógios que o presidente recebeu de presente; QUE avisou ao então Presidente que o relógio que poderia ser vendido de forma mais rápida seria o ROLEX de ouro branco presenteado pela Arábia Saudita em 2019”, afirmou o ex-ajudante de ordens na delação, cujo sigilo foi levantado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na quarta-feira (19/2).
No depoimento, Cid declarou que Bolsonaro o “autorizou” a vender o Rolex e os demais itens do kit. O militar disse ainda que negociou pessoalmente a venda dos objetos por e-mail e telefone e que os vendeu em uma loja no estado da Filadélfia, nos EUA.