Daniel Silveira incomodado com suposto machismo de Alexandre de Moraes
Defesa de Daniel Silveira afirmou que ministro Alexandre de Moraes, do STF, cometeu 3 tipos de violência contra mulher do bolsonarista
atualizado
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A defesa do deputado Daniel Silveira afirmou nesta terça-feira (30/8) que o ministro Alexandre Moraes, do STF, foi machista ao ordenar medidas contra a advogada Paola da Silva, mulher do bolsonarista. O documento foi enviado ao gabinete de Moraes, que é relator do processo de Daniel Silveira no tribunal.
Na última quinta-feira (25/8), Moraes mandou bloquear as redes sociais de Paola, candidata a deputada federal pelo PTB no Rio de Janeiro. O ministro considerou que Daniel Silveira, impedido de usar as redes sociais, descumpriu decisões judiciais ao publicar um vídeo próprio no perfil da mulher. Apesar do revés, o candidato ao Senado prometeu continuar desobedecendo Moraes: “Será um vídeo por dia”.
Em um recurso apresentado a Moraes nesta terça-feira (30/8), a advogada de Silveira, Mariane Andréia Cardoso, escreveu que o ministro não incluiu Paola no processo, apesar de ter imposto sanções à mulher do deputado investigado.
“A decisão [de Moraes] foi proferida sob influência clara de um machismo estrutural que julga as mulheres como meros órios, que o eminente relator [Moraes] diz combater”.
A advogada de Silveira acusou Moraes de ter cometido pelo menos três tipos de violência contra Paola da Silva: “Violência institucional pela violação de seus direitos como cidadã; violência profissional ao ter suas prerrogativas de advogada violadas; e violência de gênero ao ter sua situação legal julgada simplesmente em razão da sua posição de mulher ao lado de um homem que é perseguido política e institucionalmente, sem ser sequer intimada de qualquer decisão”.
Reforçando a crítica por Paola da Silva não ter sido intimada por Moraes, a defesa de Silveira afirmou que o deputado bolsonarista e a advogada têm uma relação “conjugal, não entre pessoa e propriedade”. E que Moraes vem aplicando sanções de forma “autoritária e abusiva”.
A defesa de Daniel Silveira estima que o parlamentar já foi multado por Moraes em pelo menos R$ 2 milhões. A advogada do bolsonarista reclama que Moraes tem ignorado há mais de quatro meses o indulto que Jair Bolsonaro editou para perdoar a pena de Silveira, condenado pelo STF. O parlamentar segue obrigado a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de usar redes sociais.