Análise: Lula parece querer perder a eleição
Sinais dados pelo ex-presidente não são os esperados de quem disse querer o voto de centro
atualizado
Compartilhar notícia

Desde que reconquistou seus direitos políticos e começou a arregaçar as mangas para tentar voltar ao Planalto, Lula constatou que esta, de todas as eleições de que participou, seria aquela em que o eleitorado mais estaria inclinado à direita. Por isso, decidiu que faria uma campanha de centro, capaz de não só atrair o voto de esquerda, mas também o da direita não extremista, preocupada com a democracia. A acertada escolha de Alckmin como vice reflete isso. Mas não é o que vem fazendo em agendas, discursos e escolha de palanques.
Lula parece em alguns momentos se esforçar para perder a eleição. Os sinais que vem dando não são os esperados de quem disse querer o voto de centro. Diz querer governar para todos, mas visita acampamento de sem-teto, o que é uma necessidade e, claro, não é um problema, mas se recusa a sentar com empresários da Faria Lima. Faz o contrário da concertação que fez entre 2003 e 2011. Diz não ter ressentimento, mas cobra um pedido de desculpas da TV Globo pelas “mentiras” que a emissora teria contado, o que assusta quem teme que ele volte à Presidência ressentido.
Na escolha de palanques, aliados também vêm apontando erros como esse. No Rio de Janeiro, Lula, ao menos até agora, está com Marcelo Freixo, uma candidatura que integrantes do próprio PT lembram que não aumenta o espectro de votos do petista. Lula precisaria, na visão de diversos dirigentes da sigla no Rio, de um palanque que o apresentasse a eleitores de centro e de direita.
Neste Diagnóstico, cito alguns desses exemplos e analiso o risco que eles representam para a candidatura do petista.