Advogado de Sergio Moro defendeu Temer e era crítico da Lava Jato
Alvo de operação da PF neste sábado (05/9), Sergio Moro tem como coordenador jurídico da campanha advogado que defendeu Temer no TSE
atualizado
Compartilhar notícia

Alvo de uma operação da Justiça Eleitoral neste sábado (05/9), Sergio Moro tem como coordenador jurídico de sua campanha o advogado Gustavo Bonini Guedes, que defendeu Michel Temer no TSE após denúncias da Lava Jato que ameaçaram o mandato do então presidente, em 2017.
O escritório de Bonini Guedes foi a contratação mais cara da campanha de Moro, que desembolsou R$ 350 mil para contar com os serviços advocatícios na corrida ao Senado pelo Paraná.
Em junho de 2017, quando Moro era o principal símbolo da Lava Jato, Gustavo Bonini Guedes deu uma entrevista em que criticou a operação. Na ocasião, classificou como “uma vergonha” a delação de Joesley Batista e afirmou que havia um “complô” do Ministério Público Federal para prejudicar Temer e beneficiar os irmãos Batista.
“Um escândalo, uma vergonha. Delação é uma coisa muito séria, mas tem de ter um extremo rigor do Ministério Público em relação a isso e também dos juízes na hora de validar, que é uma discussão que vai haver agora com a delação da JBS”, afirmou Bonini Guedes na ocasião.
E continuou: “Não tenho dúvida de que foi um complô. Alguém concebeu isso como estratégia e o objetivo da estratégia era que eles (os irmãos Batista) não fossem presos. E isso foi alcançado.”
À época, o TSE julgaria a cassação da chapa Dilma-Temer. O cenário favorável ao então presidente, que já havia assumido o Planalto após o impeachment da petista, foi abalado após a delação de Joesley Batista.
O advogado Bonini Guedes afirmou que a delação foi feita diretamente na PGR, com Rodrigo Janot, e homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, sem que Moro tenha participado desse ponto específico da Lava Jato.
Temer acabou sendo preso no âmbito da Lava Jato em março de 2019, mas devido a outras delações, do empresário José Antunes Sobrinho e do doleiro Lúcio Funaro, que falaram sobre contratos entre a Eletronuclear e a Engevix.