No Lide, Doria diz que não pretende ter vínculo com partidos e elogia Haddad
Empresário e ex-governador de SP, João Doria afirmou que Haddad surpreendeu positivamente o mercado financeiro e o setor produtivo
atualizado
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Ex-governador de São Paulo e fundador do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), João Doria disse, nesta sexta-feira (21/4), que não pretende ter vínculo com partido político. Ele se desfiliou do PSDB em outubro de 2022.
Após o encerramento do Lide Brazil Conference, em Londres, Doria também fez uma avaliação positiva sobre a gestão de Fernando Haddad como ministro da Fazenda.
O empresário foi questionado sobre Haddad à frente da área econômica no terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Doria e Haddad se enfrentaram nas eleições de 2016, na qual o empresário venceu o petista na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
“Hoje, não estou em partido, não tenho nenhum vínculo político nem pretendo ter. Como empresário, e também atuando no Lide, a minha visão é de que, nesses primeiros 100 nos quais o ministro Fernando Haddad esteve à frente do Ministério da Fazenda, ele conseguiu mais resultados positivos até do que se esperava”, declarou.
Veja a declaração de Doria:
Doria disse que Haddad surpreendeu, positivamente, o mercado financeiro, o setor produtivo, de indústria e do comércio.
“Esperavam ministro mais enraizado em políticas estatizantes, em políticas sindicalistas, mas não tem sido isso que o ministro Fernando Haddad tem demonstrado. Ele tem sido porta-voz do entendimento nesta relação com o Banco Central, ele tem se destacado pelo bom diálogo com o Roberto Campos Neto”, afirmou.
Segundo Doria, Haddad “também tem sido bom ouvinte, auscultando o setor privado, em São Paulo e outros estados”. “O setor produtivo se sente bem quando tem um ministro da Fazenda que escuta e quer escutar. Minha avaliação é positiva do ministro Fernando Haddad nesses primeiros 100 dias”, declarou.
O ex-governador de São Paulo defendeu a união no país para o desenvolvimento: “Que possamos todos focar no bem do Brasil. Temos que estar juntos pelo país e não torcer pelo fracasso do governo. Se o governo for bem, é bom para o país”.
Lide
O Lide Brazil Conference reuniu empresários e ministros brasileiros e britânicos em Londres, na quinta (20/4) e sexta-feira (21/4). As oportunidades do Brasil no Reino Unido foram o foco da conferência.
João Doria fundou o Lide, que hoje é presidido pelo filho dele, João Doria Neto. O grupo discute o desenvolvimento do Brasil no mundo em diversas conferências internacionais. A próxima será em Nova Iorque, nos Estados Unidos, no próximo dia 9 de maio.
Um dos principais assuntos discutidos na edição do Lide em Londres foi a taxa básica de juros, a Selic. O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez uma “súplica” para a redução dos juros e afirmou que o país não poderá crescer com esse patamar.
Em resposta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a instituição toma decisões técnicas e explicou o motivo pelo qual a taxa chegou ao atual índice de 13,75% ao ano. “O timing técnico é diferente do timing político. Por isso, a autonomia [do BC] é importante para dar à sociedade a garantia de que a gente tem funcionários técnicos tomando decisões técnicas sem viés político”, frisou.