E pelo mundo afora, a mídia enche a bola da Seleção Brasileira

Com cinco rodadas de antecedência, o Brasil está classificado para a Copa do Qatar, mas, mesmo assim, a mídia local sempre mostra-se refratária à Seleção de Tite. Há um componente de saudosismo nesse comportamento dos jornalistas. Todos gostariam de ver a nossa equipe jogando como nos tempos de Pelé, Garrincha, Ronaldo, Romário, Zico e Ronaldinho.

Só que isso não é mais possível. Hoje temos de nos contentar com Neymar & Cia. E, ao invés de festejar a classificação para a Copa do Mundo de 2022, nas redes sociais o comentário mais comum após a partida era algo do tipo: “Estamos prontos para dar mais um vexame numa Copa”.

Entre os jornalistas consagrados, anotei Milton Neves (“Brasil de Tite é mais chato que o Brasileirão de pontos corridos”); e Juca Kfouri (“Seleção se garante no Qatar longe de apaixonar”), que resumem o sentimento de quase todos os outros colegas.

Enquanto isso, no exterior, os sites de alguns dos principais jornais do mundo enchem a bola da Seleção Brasileira. A começar pelo “Olé”, da Argentina, que destacou: “O Brasil sempre se diz presente. Já classificado para o Qatar 2022, se mantém como a única seleção do mundo a ter participado de todos os mundiais. O Brasil é top”.

Destaques dos jornais espanhóis: “Brasil se classifica para a Copa do Mundo tendo Vinícius Jr. como um choque. A equipe Canarinha conseguiu a agem para o Qatar 2022 com a vitória sobre a Colômbia, graças a um gol solitário de Paquetá no segundo tempo” (jornal “As”).

“Neymar enfrentou ‘peito a peito’ árbitro da partida … e não viu o cartão amarelo. O craque brasileiro foi mais uma vez submetido a inúmeras faltas e fortes pontapés da Colômbia, e quando o árbitro apitou um deles, foi reivindicá-lo cheio de raiva, encarando-o de má educação, mas sem ser advertido”(jornal “Marca”).

Na França, o “L’Equipe” noticiou: “Lucas Paquetá, do Lyon, marcou o único gol da partida do Brasil contra a Colômbia, e assim validou a sua agem para a Copa do Mundo de 2022 no Qatar.  É o primeiro país qualificado na zona sul-americana”.

Na Colômbia, o colunista Gabriel Meluk, do “El Tiempo”, fez uma crônica longa para tentar explicar a derrota da seleção do seu país:

“Tão perto e tão longe.  Mais uma vez há aquela sensação de que poderia, mas não … Enfim não conseguiu e a Colômbia caiu por 1 a 0 contra o Brasil na visita ao invicto super-líder da Eliminatória Sul-americana… Neymar e Paquetá armaram o gol aos 72 minutos,  e a Colômbia não teve mais como reagir… A derrota se consumava no domínio de um Brasil que bastava, e para o qual vencê-lo é preciso mais do que atitude, garra, força e um plano coerente… Simplesmente você não pode falhar”.