Moraes diz que Léo Índio instigou 8/1 e vota por aceitar denúncia
Primo dos Bolsonaros foi denunciado pela PGR em janeiro, por associação criminosa armada e golpe de Estado, após participar do 8 de Janeiro
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, “instigou e colaborou ativamente” para os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, em Brasília, e votou para que a Corte aceite a denúncia contra ele.
“O denunciado, conforme narrado na denúncia, não só participou das manifestações antidemocráticas como também instigou e colaborou ativamente para os atos de depredação ocorridos no dia 08/01/23 contra as sedes dos Três Poderes”, afirmou Moraes.
Léo Índio é primo dos três filhos mais velhos de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente foi denunciado nesta semana por crimes como organização criminosa e golpe de Estado e deve enfrentar julgamento similar ainda neste ano.

O Supremo começou a julgar nesta sexta-feira (21/2), em plenário virtual, o recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e outros crimes.
Nesse modelo, não há debate entre os ministros, que apenas depositam seus votos na plataforma virtual do tribunal. O relator, Moraes, foi o primeiro a votar. O julgamento segue até 28 de fevereiro.
O ministro também afirma que a conduta de Léo Índio, relatada na denúncia, revelou-se “gravíssima” e que, ao menos em análise preliminar, “corresponde aos preceitos primários estabelecidos nos indigitados artigos do nosso Código Penal”.
Léo Índio é apoiador de Bolsonaro e participou dos atos de 8 de Janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, inclusive da própria Corte.
Ele registrou em suas redes sociais os atos de destruição, em tempo real. Foi acusado pela procuradoria de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outros crimes.
A denúncia, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, diz que o primo dos Bolsonaros, pelo menos desde a eleição de 2022 até 8 de janeiro de 2023, associou-se de forma “livre, consciente e voluntária” a centenas de outras pessoas, algumas armadas, “praticando atos que se voltavam contra a higidez do sistema eleitoral”.
“Especialmente a partir das eleições presidenciais o grupo se voltou ao cometimento de crimes de dano qualificado e de deterioração de patrimônio público e tombado, por não se conformar com o resultado do pleito, praticando o crime de associação criminosa armada.”
Ainda, Gonet afirma que, no dia dos atos antidemocráticos, “tentou, com emprego de violência e grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo e restringindo o exercício dos Poderes Constitucionais”.