Matuê abre o jogo sobre o uso de maconha: “Não vou esconder”
O rapper conversou com a revista Breeza e falou abertamente sobre a erva. A coluna teve o exclusivo à entrevista, que sai nesta quinta
atualizado
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Matuê não desconversa quando o assunto é falar sobre o uso de maconha. Em entrevista recente, o rapper abriu o jogo sobre a erva, falou sobre a frequência que consome e ainda soltou o verbo ao falar sobre o estigma que os usuários carregam.
“Eu cresci meio que colocando a maconha dentro da mesma caixa com várias outras drogas muito mais pesadas. E aí, eu sempre fui o moleque mais focado nos esportes, eu me conectei com a ganja [versão feminina da Cannabis Sativa] cedo, mas eu não cheguei a ser um usuário cedo”, recordou ele, durante um bate-papo com a revista Breeza.
Em seguida, o cantor falou sobre o estigma que os usuários carregam: “Eu nunca gostei de ver uma coisa sendo tão estigmatizada, só que não era nada daquilo, tá ligado? Eu não tinha uma pretensão de falar pra mudar isso nem nada, mas eu achava isso tão zoado que foi uma coisa natural eu querer escrachar e mostrar isso, porque eu falava, pô, velho, eu me sinto melhor fazendo uso da cannabis, isso vem de uma forma positiva na minha vida, e todo mundo fala que é algo negativo. Então, p*rra, eu vou mostrar aqui que eu consigo ser a minha melhor forma, fumando umzinho, e que não faz mal, acho que talvez tenha sido por isso”, declarou.
Ainda durante a entrevista, que vai ao ar às 10h desta quinta-feira (5/12), o artista ainda falou sobre o medo de perder publicidades por conta de sua sinceridade sobre a maconha.
“Eu não tava muito visando isso. Eu acho que isso aí também é um contraponto interessante, porque realmente, logo depois eu enxerguei várias oportunidades dentro daquilo que eu tava fazendo e fui levando pro lado bem profissional mesmo, tentando realmente melhorar, profissionalizar, fazer a coisa com excelência mesmo, mas sem deixar de ser autêntico, sem deixar de ser eu”, analisou, antes de completar:
“E como eu sempre fui um grande maconheiro, falei assim: ‘Ah, velho, eu não vou esconder nem nada do tipo, eu vou mostrar que é possível ter um relacionamento positivo com a erva, é possível ter um relacionamento saudável com a maconha'”, comentou.
Ainda falando sobre as propagandas, Matuê pontuou que se destacou e, por isso, as empresas começaram a procurá-lo: “Como eu me tornei uma figura que dificilmente eles conseguem ignorar, assim, na internet, na música e tal, eu consigo introduzir essas ideias que são cannabis friendly, tá entendendo?”, opinou;
E continuou: “Então, comecei fazendo publicidade que não tinha nada a ver com a cannabis, as minhas primeiras publicidades eram coisas relacionadas a outras áreas, e à medida que a gente foi abrindo nesse ramo e meio que se provando, [pensavam] ‘ah, o cara consegue vender o produto bem’. Eu acho que as marcas entendem que a gente tem essa credibilidade com o público e que o público canábico, jovem, é também muito vasto. Então, existe toda uma indústria e personalidades que representam esse nicho, essa cena, e à medida que a questão legal da coisa se abre mais e a questão social também se torna um pouquinho menos tabu, eu sinto que essas marcas abrem um pouco mais a mente em relação a pessoas como eu”, garantiu.
Questionado sobre a frequência de utilização da maconha, ele abriu o jogo: “Acho que isso muda muito, eu tenho fases onde eu dou uma diminuída, se eu preciso focar um pouquinho mais no trampo, se eu tô tendo muitas demandas que eu preciso realmente tá com outro tipo de pensar.. tem uma época que eu tô mais dentro do estúdio e trabalhando mais com a criatividade, tô trabalhando mais, enfim, com coisas da música, coisas da arte, desenvolvimento de conceito e tal, e acabo fumando mais, então acho que isso varia muito”, apontou.
Matuê revelou, ainda, que seus fãs o presenteiam com a droga de vez em quando: “Acontece bastante, eu não vou mentir não (risos), e muitas vezes surpreende, eu diria, em muitos casos surpreende. Tem uma galera que tem poucas plantinhas, mas faz com muito carinho, e às vezes chega uma coisa que você fuma e fala caraca, legal, hein, bem interessante, bem diferente”, lembrou.
O rapper ainda observou que tem receita para tal: “Eu acho que a maior diferença é que eu consegui provar que eu sou um usuário medicinal, e isso deveria ser normal pra todo mundo que precisa, poder tomar a planta, poder consumir a erva de forma medicinal sem precisar incomodar ninguém, ainda mais se for numa situação privada. Na verdade, fumar um beck é uma das coisas mais terapêuticas, mais medicinais que eu faço no meu dia a dia. Eu só queria estar resguardado na hora de fumar um beck, eu acho que é o que muita gente quer, sem hipocrisia nenhuma”, decretou.
Acidente de carro com MC Ryan
Um eio pelas ruas de São Paulo poderia ter acabado mal para MC Ryan SP e Matuê, no fim de abril. Os cantores circularam em um veículo todo grafitado e postaram diversos momentos nas redes sociais, inclusive a hora em que o veículo dirigido pelo funkeiro atinge outro.
Nas imagens, postadas nos stories do Instagram, o rapper cearense e o funkeiro paulista, na companhia de mais três amigos, se revezavam na direção do carro, sem cinto de segurança e cantando muito.
Em determinado momento, o automóvel chega a pifar, precisando ser empurrado pelos dois artistas. Eles se divertiram ao ver a reação dos outros motoristas ao vê-los do lado de fora, no meio da pista, tentando fazer o carro pegar.
Em outra filmagem, quem dirige é MC Ryan SP que, distraído, bate contra a traseira de outro condutor que estava a sua frente: “Mano, faltou freio do Paulinho”, escreveu o cantor na legenda.
Logo depois, o funkeiro desce para ver o estrado. Após o outro motorista conferir que não foi nada grave, MA Ryan assumiu: “Foi só uma raladinha (risos). Está de boa. Está tranquilo, mesmo? Eu estava cantando e não vi”.
Matuê está na “Terra da Garoa” para gravar um clipe da música se chama Filhos da Noite, em parceria com o funkeiro, que foi lançado no dia seguinte ao acidente.