Douglas Silva sobre polêmica dos enredos afros: “Renegando o Brasil”
O ator Douglas Silva deu sua opinião sobre a polêmica levantada por Paulo Barros envolvendo a predominância dos enredos afros no Carnaval
atualizado
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O ator Douglas Silva, que participou da 22ª edição do Big Brother Brasil, da Globo, compareceu à Marquês de Sapucaí nesta terça-feira (4/3) para assistir a última noite dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro e se pronunciou sobre a polêmica criada pelo carnavalesco Paulo Barros, que criticou a predominância de enredos com temáticas africanas nos enredos de 2025.
“Maluquice”
De acordo com Douglas Silva, o Carnaval é uma festa criada, basicamente, por pessoas com algum envolvimento em religiões de matrizes africanas e deixar isso de fora da festa popular é “maluquice”. “Carnaval é manifestação cultural. Não falar da religião de matriz africana dentro do Brasil é maluquice”, começou.
“Culturalmente, essa é nossa base”, seguiu Douglas Silva. “Acho que quando você renega isso, você está renegando o Brasil, renegando a história do Brasil. Então acho que sim, as escolas têm que falar sobre isso, na verdade abordar todos os temas, o Brasil é plural, tem vários assuntos culturais. Quem faz o Carnaval? As pessoas que vivem na favela, e normalmente quem vive na periferia tem envolvimento em religiões de matrizes africanas”, encerrou o ator.
Entenda
- Paulo Barros, carnavalesco renomado no Carnaval do Rio de Janeiro, causou polêmica ao criticar a predominância de enredos com temáticas africanas nas Escolas de Samba cariocas em 2025.
- “A maioria dos enredos desse ano são afros, tudo já foi visto e revisto, e eu posso te garantir que 90% de quem está assistindo o desfile não vai entender nada”, disse ele.
- O artista da Unidos de Vila Isabel afirmou ainda que as histórias são retratadas de forma confusa.
- O carnavalesco foi alvo de críticas nas redes sociais e se defendeu. “Eu tenho o direito de pensar dessa forma. O direito é meu”.
“Uma confusão danada”
O artista afirmou ainda que as histórias são retratadas de forma confusa. “Quando eu pego para ver como vai ser a trama que uma escola vai contar sobre um Orixá, é uma confusão danada. Um apaixonado por fulano, tendo filho de ciclano. Filho de quem? Orixá de outro? É o que rege a cabeça de quem? Sinto muito, eu não assimilo. Eu sou brasileiro, então sou meio macumbeiro, meio católico, meio budista, tudo junto. Todo bom católico é um ótimo macumbeiro”, acrescentou.
Após as falas de Paulo Barros viralizarem, o carnavalesco retornou às redes sociais e manteve seu posicionamento. “Tem gente que fala que desfile de escola de samba obrigatoriamente tem que ter uma temática africana porque o samba veio da África. Qualquer imbecil sabe disso. Que a raiz do samba, da escola de samba, tem essa raiz e esse fundamento, essas temáticas africanas. O carnaval, ao longo das décadas, ele ou a assimilar todos os tipos de enredo e todos os tipos de tema”.