FGC: o que é e por que entrou no debate após venda do Banco Master
O assunto esquentou tanto que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, convocou uma reunião com grandes bancos e o diretor do FGC
atualizado
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Após o anúncio da compra de parte do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília (BRB), surgiram questionamentos sobre a atuação e a capacidade do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de evitar possíveis calotes de instituições que integram o sistema financeiro do país.
O assunto esquentou tanto que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, convocou uma reunião com representantes do Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual e com o presidente do FGC para este sábado (5/4).
O FGC garante R$ 250 mil por F e por instituição bancária e recebe valores de todas as instituições financeiras, mas os maiores contribuidores são os grandes bancos.
Nos últimos anos, no entanto, cresceu o incômodo das grandes instituições diante do aumento de volume de transações chanceladas pelo FGC e a oferta de rendimentos acima do até então praticadas, principalmente em instituições menores.
É aí que entra, mais uma vez, o Banco Master. Ao longo dos últimos anos, o Master cresceu tendo como principal estratégia a venda de Certificados de Depósito Bancário (CDBs), com alta remuneração aos aplicadores tendo como avalista o FGC — inclusive com taxas de empréstimos muitas vezes menores do que os grandes bancos. Prática que ou a ser adotada por outras instituições.
Segundo último balanço, de junho de 2024, o fundo tinha R$ 107,8 bilhões disponíveis para arcar com eventuais calotes. Na mesma data, o valor que o Master terá de honrar com o pagamento dos CDBs somava R$ 45 bilhões.
No entanto, o valor garantido pelo FGC é muito maior do que o dinheiro em caixa do fundo: cerca de R$ 2,4 trilhões. Desses, R$ 1,8 trilhão são de transações, justamente, dos grandes bancos. Os demais R$ 600 milhões são de compromissos de instituições médias e pequenas.
Reunião
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, convocou uma reunião com representantes do Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual e com o presidente do FGC para este sábado (5/4).
O objetivo foi, justamente, discutir a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). Além do incômodo dos grandes bancos com o volume avalizado pelo FGC, foi discutida a possibilidade da participação deles em uma nova operação envolvendo o Master.
Na transação, estimada em R$ 2 bilhões, o BRB adquiriu 58% do capital do Master. Ficaram de fora da transação, no entanto, ativos de maior risco e com menor liquidez, como precatórios e ações de empresas.