1 de 1 Foto colorida - mulher mexendo na cara
- Foto: Getty Images
Na correria do dia a dia, muita gente não se dá conta de como o estresse impacta o organismo. Além de causar prejuízos para o bem-estar emocional, estar com os “nervos à flor da pele” pode desencadear uma série de problemas dermatológicos, como o agravamento das acnes e até o surgimento das temidas rugas.
Para entender como o estresse afeta a aparência da pele, a coluna Claudia Meireles conversou com a dermatologista Regina Buffman. A especialista explicou de que maneira os hormônios que regulam o humor estão associados ao desenvolvimento de problemas cutâneos, bem como o que fazer para minimizá-los.
Xô, estresse!
O estresse favorece o processo inflamatório, o que pode agravar problemas como acne, eczema e psoríase
Segundo Regina Buffman, quando uma pessoa está vivenciando níveis altos de estresse, o corpo é afetado por um processo inflamatório capaz de agravar problemas como acne, eczema e psoríase, processo de descamação da pele.
“A liberação do hormônio cortisol, produzido em momentos de estresse, pode afetar a pele por meio do processo inflamatório em que os radicais livres e citocinas em estados crônicos de estresse comprometem a saúde da cútis de diversas maneiras. Há um aumento da produção de óleo na pele que contribui os surtos de acne relacionados ao estado emocional”, exemplifica.
As alterações de humor também favorecem o aparecimento de rugas. “O aumento da produção de cortisol pode quebrar o colágeno e a elastina na pele, tornando-a menos firme e mais propensa a rugas”, revela.
Efeitos colaterais
Sentir que está sob pressão também pode acarretar em “manias” que prejudicam a aparência da tez. “Um efeito colateral que observamos em pacientes estressados é o hábito de esfregar o rosto, que também pode acelerar o envelhecimento cutâneo. Além disso, a falta de sono e a má alimentação, comuns nessas situações, prejudicam a saúde do rosto”, explica.
Um dos sinais específicos de estresse na pele é o Transtorno de Escoriação, também conhecido como “skin picking“
Um dos sinais específicos de estresse na pele é o Transtorno de Escoriação, também conhecido como “skin picking“.
“Nesse transtorno, a pessoa desenvolve o hábito de tocar, arranhar ou escoriar determinadas regiões da pele de forma intensa, resultando em feridas, cicatrizes ou descolorações”, explica Buffman. Essas ações geralmente são realizadas como uma forma de aliviar a tensão emocional, criando um ciclo vicioso que prejudica ainda mais a saúde.
Cuidados com a pele para minimizar os efeitos do estresse
Beber água pode ajudar a proteger a pele dos efeitos nocivos do estresse
Felizmente, a especialista conta que é possível adotar práticas que ajudem a proteger a pele dos efeitos nocivos do estresse. “Beber uma quantidade adequada de água, mais de 2 litros por dia, e hidratar a cútis diariamente são medidas essenciais”, recomenda.
Além disso, o gerenciamento do estresse por meio de atividades de autocuidado, como práticas esportivas e meditação, pode trazer benefícios significativos tanto para a saúde emocional quanto para a pele.
“Atividades cardiovasculares por pelo menos 30 minutos ao dia ajudam a oxigenar as células da pele, proporcionando um aspecto mais saudável”, conta.
Uva, amora, açaí, pitanga, framboesa, mirtilo e cereja dispõem de antocianinas e resveratrol. Os dois compostos potentes atuam como fortalecedores das defesas antioxidantes do corpo
A especialista também recomenda adotar uma dieta colorida, rica em alimentos antioxidantes para garantir um aspecto ainda mais saudável.
“Inserir nas refeições diárias alimentos porções de frutas vemelhas, como melancia, tomate e morango, pode ser uma boa saída para desinflamar o corpo. É importante lembrar que a saúde da microbiota intestinal está diretamente correlacionada com a saúde da pele”, finaliza.