Mudanças climáticas podem estar tornando arroz mais tóxico, diz estudo
Pesquisa mostra altas concentrações de arsênico inorgânico em plantações de arroz na Ásia
atualizado
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De acordo com uma pesquisa publicada na última quarta (16/4) na revista The Lancet Planetary Health, as mudanças climáticas podem ser responsáveis pelo aumento da toxicidade do arroz nos próximos anos. O estudo, feito pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, mostra que o arroz cultivado submerso — como acontece na Ásia — tem textura porosa e pode absorver níveis altos de arsênio inorgânico vindos do solo.
Quando as temperaturas do ambiente aumentam e a concentração de gás carbônico também, o solo a por um processo complexo que aumenta a concentração da toxina.
O arsênio inorgânico já foi associado ao desenvolvimento de câncer de pele, bexiga e pulmão, além de doenças cardíacas e problemas neurológicos em crianças pequenas.
“Estamos diante de um alimento básico consumido por um bilhão de pessoas todos os dias, e qualquer efeito sobre a toxicidade terá um impacto bastante grande”, explica o professor Lewis Ziska, que é fisiologista vegetal da Universidade de Columbia, em comunicado à imprensa.
Os cientistas inclusive analisaram dados da saúde da população dos sete países que mais consomem arroz na Ásia, e em todos houve aumento dos casos de câncer nos últimos anos — a informação mostra que os dois assuntos podem estar conectados, mas não prova que o arroz é o responsável pelo aumento do número de pessoas doentes.
O estudo sugere ainda que, para evitar a contaminação da população, os governos devem criar uma regulação mais rígida, com níveis de arsênico claramente delimitados. Outra saída é dar preferência para variedades de arroz menos porosas, que absorveriam menos toxinas, no dia a dia.
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