body { font-family: 'Merriweather', serif; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Regular'; src: local('Merriweather-Regular'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-regular.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-regular.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Bold'; src: local('Merriweather-Bold'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-bold.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-bold.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Heavy'; src: local('Merriweather-Heavy'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-heavy.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-heavy.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Italic'; src: local('Merriweather-Italic'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-italic.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-italic.woff') format('woff'); font-display: swap; }
metropoles.com

Um ano da tragédia em Brumadinho: sobreviventes buscam recomeço

Rompimento da barragem causou a morte de, pelo menos, 270 pessoas, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais

atualizado

metropoles.com

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Rompimento da barragem da Vale no corrego do Feijão. Brumadinho(MG), 01/02/2019
1 de 1 Rompimento da barragem da Vale no corrego do Feijão. Brumadinho(MG), 01/02/2019 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O dia 25 de janeiro nunca mais será corriqueiro para moradores da cidade mineira de Brumadinho, em Minas Gerais. Foi nesta data, em 2019, que a maior tragédia ambiental da história brasileira aconteceu. Às 12h28, a Barragem 1, do Complexo da Mina do Feijão, se rompeu levando lama, terror e morte a pelo menos 270 pessoas, entre funcionários da Vale e de empresas terceirizadas, moradores do município e visitantes, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

Um ano depois do ocorrido, o Metrópoles conversou com aqueles que sentiram na pele o horror: bens perdidos, efeitos psicológicos irreversíveis e, principalmente, a morte de amigos e familiares.

Uma dessas vítimas foi o agricultor Paulo Geovane dos Santos, de 40 anos. Ele dormia no sítio que divide com o pai, perto do córrego, quando a barragem se rompeu. A última notícia que a família teve dele veio de uma mensagem enviada para a esposa, Suely de Oliveira Costa, de 39 anos. “Vou dormir. Estou te esperando”, dizia o texto. Suely estava na residência do casal, em Brumadinho, e recebia uma visita em casa. Cinco minutos depois, viu a notícia do desastre na televisão.

O desespero para achar o marido deixa marcas até hoje. Não apenas físicas, como a dor nos pés que ela diz sentir após ar dois meses andando pela região onde o sítio ficava, mas principalmente psicológicas. “Não consigo trabalhar. Não durmo mais, nem como mais. Minha vida virou chupar laranjas”, conta. Traumatizada, a antiga supervisora de vendas sobrevive com o salário emergencial pago pela Vale. Duas indenizações foram transferidas, em valores que, segundo ela, não chegam nem perto de cobrir o prejuízo da casa perdida.

É chupando laranjas que todos os dias ela pensa na falta que o marido faz. Grande companheiro e amor da vida, Paulo é lembrado até para as coisas mais básicas. “Eu não fazia nada sem falar com ele. Tudo a gente decidia juntos, agora eu não faço mais nada sozinha”, lamenta. O refúgio que ela encontra é na bondade que o esposo sempre demonstrou. “Penso que ele não era para ficar nesse mundo cruel. Ele não merecia, mas acabou sendo enterrado vivo.”

Na medida em que o aniversário da tragédia se aproxima, as tão sofridas memórias voltam à memória involuntariamente. No dia anterior, por exemplo, tudo estava bem. “Acordei um dia com Paulo do meu lado. Ele estava comigo e agora não está mais. É muito doloroso”, se emociona.

Suely é a regra entre aqueles que sobreviveram à tragédia. Dentro da família, por exemplo, o sentimento até hoje é de destruição. “O pai dele cavou com as próprias mãos. A família está devastada. Não só a nossa. Hoje a gente vê muita gente com depressão aqui em Brumadinho”, relata.

2 imagens
Paulo estava no sítio da família e não conseguiu se salvar
1 de 2

Suely procurou o marido por mais de dois meses após o rompimento da barragem

Igo Estrela/Metrópoles
2 de 2

Paulo estava no sítio da família e não conseguiu se salvar

Igo Estrela/Metrópoles

O casal David Arlei Almeida, 24, e Adriane Pereira Alves, 20, está dentro do escopo descrito por Suely. Apesar de não morarem mais na cidade onde ocorreu o rompimento – agora estão em Betim junto à família da mulher –, o casal convive com todas as sequelas de um dia de terror.

Adriane teve a perna esquerda esmagada pela força da lama. Ficou presa e não conseguia se desprender do amontoado que não parava de aumentar. Coube a David, no desespero, cavar e conseguir retirá-la. Um ano depois, a mulher ainda não consegue andar normalmente. Com a perna dois centímetros mais fina, ainda faltam alguns meses para a fisioterapia acabar, fora a ajuda de psicólogo e psiquiatra, para curar a depressão.

Já David não consegue se manter em um emprego. Ele conta que até tentou, quatro meses depois, ser vigia de máquinas perto da barragem, mas no primeiro dia de chuva ele não aguentou. “Fiquei com muito medo. Nem voltei lá no dia seguinte para entregar minha documentação. Queria ficar longe dali”, explica.

O aniversário de um ano do acidente, além de trazer as más lembranças, acende novo alerta. É neste mês que a ajuda da Vale com o aluguel do apartamento em que o casal mora acaba. Sem conseguirem trabalhar, há receio de que a ajuda não se renove. “O salário emergencial acaba em outubro. Minha mulher só voltará a andar melhor no ano que vem. A gente precisa de mais tempo”, conta.

Mesmo com os problemas, David tenta ser otimista. Para ele, o ar do tempo será aliado na luta contra a memória que insiste em permanecer. “Espero que o pensamento e e eu possa voltar a trabalhar. Não está tudo mil maravilhas, mas a gente vai tentando levar”, diz.

53 imagens
Os bombeiros militares utilizaram helicópteros para auxiliar no resgate
1 de 53

A lama arrastou árvores e tomou conta da região

Igo Estrela/Metrópoles
2 de 53

Os bombeiros militares utilizaram helicópteros para auxiliar no resgate

Igo Estrela/Metrópoles
3 de 53

FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
4 de 53

UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
5 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
6 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
7 de 53

Carro foi arrastado pela lama

Igo Estrela/Metrópoles
8 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
9 de 53

ALEX DE JESUS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
10 de 53

Wilson Junior/Estadão Conteúdo
11 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
12 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
13 de 53

Divulgação/Ministério do Interior de Israel
14 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
15 de 53

Mirelle Pinheiro/Metrópoles
16 de 53

FELIPE CORREIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
17 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
18 de 53

Material cedido ao Metrópoles
19 de 53

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
20 de 53

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
21 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
22 de 53

Reprodução/TV Globo
23 de 53

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
24 de 53

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
25 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
26 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
27 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
28 de 53

MOISéS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
29 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
30 de 53

Isac Nóbrega/PR
31 de 53

Divulgação/Corpo de Bombeiros
32 de 53

UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
33 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
34 de 53

Divulgação/Corpo de Bombeiros
35 de 53

MOISéS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
36 de 53

FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
37 de 53

Bombeiros trabalham na busca das vítimas

CADU ROLIM/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
38 de 53

UARLEN VALÉRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
39 de 53

RODNEY COSTA/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO
40 de 53

CHRISTYAM DE LIMA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
41 de 53

MOISéS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
42 de 53

UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
43 de 53

Isac Nóbrega/PR
44 de 53

REPDOUÇÃO/CORPO DE BOMBEIROS
45 de 53

UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
46 de 53

MOISÉS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
47 de 53

Helicópteros sobrevoam a área atingida, em busca de vítimas

Igo Estrela/Metrópoles
48 de 53

MOISéS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
49 de 53

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO/Foto Ilustrativa
50 de 53

Igo Estrela/Metrópoles
51 de 53

Divulgação/Corpo de Bombeiros
52 de 53

Voluntários também ajudam a encontrar sobreviventes

Igo Estrela/Metrópoles
53 de 53

Reprodução/TV Globo

Adilson Ramos, 45, tinha um comércio na região próxima à barragem. Como estava em Betim no horário do rompimento, ele teve a sorte de não ar o sufoco de milhares de moradores. Mesmo assim, diante da cena de horror que teve notícia, ele diz que não titubeou em voltar a Brumadinho imediatamente. “Fui correndo para ajudar. Perdi amigos e companheiros de trabalho de muito tempo. Foi algo difícil demais para nós”, conta.

Em decorrência da lama que ainda se encontra no local, o comerciante não conseguiu mais abrir a loja dele e precisou arranjar outra forma de sobreviver. “Ninguém mais vai até ali. A Vale paga uma mixaria para todo mundo e a gente tem que se virar”, diz.

Mesmo revoltado com a situação, Adilson pondera que a atividade mineradora na região é necessária, uma vez que é a principal fonte de renda da cidade. “Se não vier indústria para substituir, aqui vai virar uma cidade fantasma. A gente costuma dizer aqui que é uma doença necessária para a cidade”, finaliza.

O que diz a Vale

No site da empresa há uma página chamada “Prestação de Contas”. Nela, a Vale informa todas ações que foram tomadas e aquelas que estão em curso.

De acordo com o informe, cerca de 106 mil pessoas recebem mensalmente indenizações emergenciais e ao menos 1,2 mil acordos já foram realizados.

Obras de infraestrutura, investimento em segurança e recuperação ambiental também estão entre os feitos da mineradora.

Para ar todo o material preparado pela Vale, basta clicar neste link.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os os a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?