Tribunal europeu nega extradição de operador da Lava Jato
Metrópoles teve o à decisão. Corte entendeu que presídios brasileiros não têm condições de garantir a segurança de Raul Schmidt
atualizado
Compartilhar notícia

O Tribunal Europeu de Direitos Humanos (European Court of Human Rights) negou nesta segunda-feira (16/4), em medida cautelar, o pedido de extradição de Raul Schmidt, um dos operadores da Lava Jato. A Justiça do Brasil tentava trazer de volta ao país, até o dia 2 de maio, o luso-brasileiro, preso na cidade portuguesa de Sabugal em fevereiro, durante operação conjunta da Polícia Federal e da Interpol.
Schmidt está em Portugal, onde nasceu, para aguardar o posicionamento da Justiça e saber se deixaria ou não a capital, Lisboa. O Metrópoles teve o à decisão proferida pela Corte europeia. Segundo o documento, o Brasil não possui presídios em condições aceitáveis, pois as unidades carcerárias têm índice de violência interna alto demais para receber o operador, um dos alvos das ações sob responsabilidade do juiz federal Sérgio Moro.
Dupla nacionalidade
Ele morou em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, mas, após o início da Lava Jato, mudou-se para Portugal, valendo-se de sua dupla nacionalidade. Até o governo brasileiro se manifestar sobre a real situação dos presídios do país e oferecer garantias ao detido, Schmidt permanecerá sob a guarda de Portugal, o que contraria os planos das investigações da Lava Jato.
Foragido
O investigado estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida a ordem de prisão. Seu nome havia sido incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro do ano ado.
O secretário de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República (PGR), Vladimir Aras, estava esperançoso com os termos de cooperação firmados entre o MPF, o Ministério da Justiça e o Ministério das Relações Exteriores, mas as pretensões foram por água abaixo diante da manifestação do tribunal do Velho Continente.
Schmidt é brasileiro e naturalizado português. Diferentemente do Brasil, Portugal extradita nacionais. Por isso, a PGR, por intermédio da Secretaria de Cooperação Internacional, prometeu reciprocidade em relação aos brasileiros naturalizados. O Itamaraty confirmou tal possibilidade.