SP: após decreto, comércio vê queda em vendas e preços de máscaras
O ório, que impulsionou as vendas para muita gente, agora perde força no mercado; ambulantes da 25 de Março amargam perdas
atualizado
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São Paulo – Com a liberação do uso obrigatório de máscaras em ambientes abertos no último dia 9/2, o comércio de São Paulo já sente os efeitos do decreto. O ório, que impulsionou as vendas para muita gente, agora perde força no mercado. O Metrópoles conversou com ambulantes da principal via comercial da cidade, a 25 de março, rua onde já se veem bem menos opções de proteção do que antes.
Edmilson Viegas Silva, de 41 anos, trabalha no mesmo ponto há 24 anos. O camelô oferta produtos variados, desde fones de ouvido até meias. Suas máscaras de pano tiveram muita procura quando foi decretado o uso obrigatório, em 2020. “Desde o começo desse ano, as vendas caíram pelo menos pela metade”, lamenta ele.
“Um dia depois que anunciaram o decreto, caíram ainda mais as vendas”, conta. “Vou migrar para outras coisinhas, principalmente de informática. Máscara não vou vender mais não”, adianta. Ele ou a fazer promoções como 3 peças por R$ 10 para chamar a atenção da clientela.
Outra comerciante da região, Maria dos Santos, 58, busca agora encontrar outra atividade para obter renda. “Comecei no início da pandemia com as máscaras descartáveis, fui para o álcool em gel e agora vendo máscaras de pano”, conta. “Como a venda caiu bastante, de janeiro para cá, e precisei baixar o preço de algumas peças, estou procurando emprego.”
Francisca Maria Silva, 58, é uma das poucas ambulantes que seguem firmes na venda de máscaras no pedaço, mas isso deve durar pouco. Ela só espera seu estoque acabar. “Já não está saindo como saía e, a cada dia que a, diminui mais. Tem finais de semana que estou colada [sem vender nada]”, explicou.
Volume reduzido
Além dos ambulantes, varejistas do setor de saúde também sentem a redução no volume de vendas de máscaras. Segundo dados do grupo RD (Droga Raia e Drogasil), houve um pico entre janeiro e fevereiro de 2021. Em 2022, nos mesmos meses, a procura caiu drasticamente.
O Rio de Janeiro foi a primeira capital a liberar o uso total de máscaras, em 7/3. No último dia 9/3, o estado de São Paulo também afrouxou as regras, mas apenas para ambientes abertos.
A liberação da proteção ocorre dois anos depois de decretada a obrigatoriedade do item para combater a pandemia de Covid-19. Segundo o Governo de São Paulo, a medida vem em um momento no qual o panorama epidemiológico apresenta melhora e a cobertura vacinal segue avançando.