Sem bolsa, cientistas podem abandonar pesquisa contra Zika
Com cortes da Capes, pesquisador que estuda vacina contra a moléstia e febre amarela pretende deixar Brasil e prosseguir no exterior
atualizado
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Com os cortes em bolsas de estudo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), estudantes de doutorado podem abandonar pesquisas importantes do ramo da medicina. Com a medida anunciada pelo Ministério da Educação (MEC), nesta quarta-feira (08/05/19), mais de 3 mil alunos podem interromper suas pesquisas no Brasil.
Este é o caso do aluno de doutorado Túlio Macedo Lima, que estava pesquisando a vacina contra a Zika junto à Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ). As informações são do portal G1.
O estudante foi convidado a ingressar direto no doutorado, após completar apenas um ano como mestrando, devido ao seu bom desempenho. Porém, com os cortes, Túlio ficou sem condições financeiras de manter o curso e foi obrigado a abandonar o projeto.
Além da imunização contra a Zika, o cientista estudava também um novo tipo de vacina contra a febre amarela. Ao portal, ele informou que consegue manter 6 meses de estudo sem remuneração. Caso não consiga auxílio da Capes após o período, ele pretende adotar diferentes medidas, como se transferir para uma universidade no exterior.
Apesar do problema, Túlio informou que não se sente espantado com o anúncio de cortes das bolsas. “Foram tantos acontecimentos seguidos, como o corte aos orçamentos das universidades federais, que a gente fica só triste, nem dá para ficar surpreso”, disse o pesquisador, ao G1.
Junto a Túlio, outros 6 pesquisadores estudam vacinas conta a Zika e a febre amarela. No local do vírus atenuado, o projeto visa utilizar uma proteína estrutural do vírus, que não contém o material genético.