Queiroga sobre vacinação: “Municípios não podem criar regras próprias”
Ministro criticou a inclusão da terceira dose da vacina no calendário de imunização de municípios e a aplicação cruzada de imunizantes
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou a atuação de gestores estaduais e municipais que têm adotado estratégias diferentes das pactuadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19. Durante evento em Mato Grosso do Sul, na tarde desta sexta-feira (16/7), o titular da pasta afirmou que é preciso seguir o que foi decidido pelo Comitê Intergestores Tripartite (CIT).
O grupo, responsável pela definição de estratégias de saúde do país, é formado pelo Ministério da Saúde, pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
“Devemos seguir juntos e, em relação à campanha nacional de vacinação, cumprir o que foi pactuado na tripartite. Não podemos ter municípios criando regras próprias, escolhendo subgrupos diferentes para vacinação”, defendeu o cardiologista.
Queiroga criticou, sem citar o Rio de Janeiro, a inclusão da terceira dose da vacina no calendário de imunização de municípios. A capital fluminense anunciou, na quinta-feira (15/7), que pretende aplicar o terceiro reforço em idosos de 60 anos ou mais entre outubro e dezembro deste ano.
“Ainda está em discussão, fazendo uma avaliação científica, se houver uma queda de imunidade, vamos fazer o reforço de dose no grupo de 80 anos ou mais”, disse o secretário de Saúde, Daniel Soranz. De acordo com o gestor, a ideia é distribuir vacinas cruzadas, ou seja, de diferentes fabricantes nesta terceira dose.
O ministro da Saúde defendeu que a medida “gera calor ao invés de gerar luz”. “Um grande município do Brasil já está anunciando terceira dose. Como anunciar a terceira dose se a gente não avançou ainda na primeira dose em 100% da população brasileira? Isso gera calor ao invés de gerar luz. Nós precisamos ter os dados que são oriundos da ciência para poder tomar decisão”, assinalou.
“Ciência self-service”
Queiroga afirmou que não se deve seguir uma “ciência self-service” e criticou a aplicação de vacinas cruzadas. O Ministério da Saúde anunciou, na última semana, que não recomenda a aplicação de imunizantes de diferentes laboratórios em um mesmo paciente, pois considera que não existem estudos suficientes para comprovar a segurança da ação.
“Não pode ter uma ciência self-service, que saio usando para o que quero, tem que ter base sólida. Não sabemos ainda como é a intercambialidade de doses, existem uma ou duas publicações. Porque querer agora no PNI ficar criando estratégias próprias, diferente do que foi pactuado na tripartite, incluindo subgrupos que não foram elencados">
Nesta semana, diversos governadores procuraram o ministro para solicitar a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos de idade. Além disso, alguns gestores pediram análise do Ministério da Saúde sobre a redução do intervalo entre a primeira e a segunda dose dos fármacos da Pfizer e AstraZeneca. A pasta prometeu encaminhar as pautas para análise da câmara técnica.
Agenda em Mato Grosso do Sul
Marcelo Queiroga cumpre agenda em Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira. Durante a manhã, ele aplicou a vacina da Covid em pacientes de Campo Grande. No início da tarde, participou do evento de anúncio de ampliação de ações na atenção primária à saúde.
Ele esteve acompanhado da secretária especial de enfrentamento à Covid-19, Rosana Melo. O ministro também visitará, ao longo da tarde, unidades de saúde da região. No fim do dia, Queiroga retorna a Brasília.
#SAÚDENEWS O corre-corre está grande em Campo Grande (MS), porque é notícia boa a cada minuto! O Ministro Queiroga vacinou a população contra a Covid-19 e destacou: “A campanha de vacinação aqui no estado aplica 92% das vacinas que são distribuídas pelo Ministério da Saúde”. pic.twitter.com/gLuYrM1aK5
— Ministério da Saúde (@minsaude) July 16, 2021