Vice da Câmara critica visita de Bolsonaro a Manaus para inauguração
Marcelo Ramos (PL-AM) disse que presidente deveria inaugurar usinas de oxigênio e garantir kits de intubação, em vez de Centro de Convenções
atualizado
Compartilhar notícia

O primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), alfinetou, nesta sexta-feira (23/4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que viajou a Manaus (AM) para participar da cerimônia de inauguração da segunda etapa do Centro de Convenções do Amazonas, em meio à possibilidade de uma terceira onda da Covid-19.
Segundo Ramos, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), esteve, nessa quinta-feira (22/4), no Ministério da Saúde para tratar de uma eventual terceira onda do novo coronavírus. “Preferia que a visita fosse pra inaugurar usinas de oxigênio e garantir kits de intubação”, escreveu Ramos.
A vinda de um presidente ao AM é sempre importante e desejo boa vindas. No entanto, com a notícia de que o governador esteve ontem no MS pra tratar de uma eventual terceira onda da COVID, preferia que a visita fosse pra inaugurar usinas de oxigênio e garantir kits de intubação.
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) April 23, 2021
Bolsonaro desembarcou na capital amazonense, nesta sexta-feira, causando aglomeração. Dezenas de simpatizantes do presidente o recepcionaram na chegada ao evento, sem distanciamento social. Alguns estavam sem máscara, item de proteção obrigatório.
Em determinado momento, o chefe do Executivo federal carregou uma criança que estava fantasiada de policial militar e portava um fuzil de brinquedo.
Colapso em Manaus
Em janeiro deste ano, o sistema de saúde da capital do Amazonas sofreu com a falta de oxigênio, de leitos de UTI e equipamentos para lidar com o forte aumento no número de internações em razão da Covid-19.
Pacientes chegaram a ser transferidos para outros estados, e o governo local convocou a ajuda de empresas para fornecer oxigênio e materiais aos hospitais.
A pedido da Procuradoria-Geral da União (PGR), o Supremo Tribunal Federal (STF) instaurou inquérito para investigar a conduta do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em relação à crise sanitária no Amazonas.
De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o estado do Amazonas acumula 365.969 casos de Covid-19 e mais de 12 mil mortes em decorrência da doença.