“Qual ameaça estou oferecendo para a democracia?”, questiona Bolsonaro
Presidente criticou manifesto em favor da democracia, assinado por professores, artistas, procuradores e ex-ministros do STF
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou a mobilização que a Carta pela Democracia está causando, sobretudo depois que o documento ultraou o número de 100 mil s em 24 horas. Em conversa com simpatizantes, na saída do Palácio da Alvorada, o mandatário perguntou se era uma ameaça para a democracia.
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“Você pode ver: esse negócio de carta aos brasileiros, da democracia, os banqueiros estão patrocinando. É (com) o Pix que eu dei uma paulada neles. Nós também facilitamos os bancos digitais. Estamos acabando com o monopólio dos bancos. Estão perdendo o poder”, sugeriu o chefe do Executivo.
Na quarta-feira (28/7), enquanto caminhava para o Congresso Nacional para uma convenção partidária, Bolsonaro também teceu críticas à carta, a qual classificou como “cartinha”.
“Vivemos em um país democrático, defendemos a democracia. Não precisamos de nenhuma cartinha para falar que nós defendemos a democracia, e que queremos, cada vez mais, cumprir e respeitar a Constituição”, pontuou Bolsonaro na ocasião.
Carta em defesa à democracia
A divulgação de uma Carta em Defesa da Democracia se tornou um dos principais fatos políticos da semana no Brasil, por representar ampla união de ideologias políticas distantes uma das outras em quase tudo, mas consensuais em apoio ao sistema eleitoral brasileiro.
Formulado por professores da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o documento recebeu o apoio de políticos de esquerda e de direita, de economistas ortodoxos e heterodoxos; de advogados lavajatistas e garantistas, e até mesmo de personagens que já estiveram ligados ao governo de Jair Bolsonaro.
Sem citar nomes, justamente como tática para atrair uma ampla gama de apoios, a carta afirma que o Brasil “está ando por um momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.
O texto defende as urnas eletrônicas, ao dizer que “o processo de apuração no país tem servido de exemplo no mundo, com respeito aos resultados e transição republicana de governo”.