MP Eleitoral defende multa a Bolsonaro por reunião com embaixadores
Em encontro com diplomatas em 18 de julho, presidente mentiu sobre urnas eletrônicas e cobrou eleições “limpas” e “transparentes”
atualizado
Compartilhar notícia

O Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu nesta quarta-feira (10/8), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja multado por propaganda eleitoral antecipada devido ao encontro com embaixadores, em 18 de julho.
Na reunião com diplomatas, realizada no Palácio da Alvorada, o mandatário da República voltou a levantar suspeitas sobre as urnas eletrônicas, repetiu argumentos já desmentidos por órgãos oficiais e reiterou que as eleições deste ano devem ser “limpas” e “transparentes”.
Após a reunião com embaixadores, diversos partidos da oposição questionaram o encontro na Justiça Eleitoral. O Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro, disse que o encontro não configura propaganda eleitoral antecipada. O argumento foi o mesmo usado pela defesa do presidente, que disse a agenda com diplomatas não teve caráter eleitoral.
Pedido de voto
No pedido desta quarta, o MP disse que foi identificado pedido de voto antes do início oficial da campanha eleitoral, que começa em 16 de agosto. Também defendeu que o conteúdo reativos ao encontro sejam removidos das redes sociais.
YouTube derruba live de Bolsonaro com mentiras para embaixadores
Solicitação de voto
Segundo o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet Branco, “o fato de o discurso ter sido proferido em reunião com diplomatas estrangeiros – que evidentemente não votam nas eleições brasileiras – não descaracteriza o aspecto de solicitação de voto”.
Na representação enviada ao TSE, o MPE ainda ressaltou a confiança do sistema eleitoral brasileiro.
“Os dados constantemente apresentados pela Justiça Eleitoral não podem ser omitidos em discurso que queira ser crítico do sistema de votação, máxime quando as eleições se avizinham e à vista da circunstância de, recentemente, os representantes do povo terem mantido o sistema de votação eletrônico”, defendeu o órgão.