Lula brinca com chanceler alemão sobre 7×1: “Não pode acontecer”
Presidente Lula recebeu o alemão Olaf Scholz nesta segunda (30/1) para discutir o acordo entre o Mercosul e a União Europeia
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brincou com o chanceler e primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, ao lembrar que o Brasil foi eliminado pela Alemanha durante a Copa de 2014. Na ocasição, a seleção brasileira foi goleada por sete gols dos alemães e apenas um do Brasil.
“A única coisa que não pode acontecer é a Alemanha vir jogar bola no Brasil e ganhar da Seleção Brasileira de 7×1. Quando vier jogar no Brasil, no máximo empatar de zero a zero, que está de bom tamanho”, disse o presidente brasileiro durante coletiva de imprensa.
Após a fala de Lula, o chanceler alemão riu da brincadeira e estendeu a mão para o presidente, sem fazer comentários.
Acordo UE-Mercosul
Ainda durante a coletiva, Lula disse esperar que o acordo entre o Mercosul – formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – e a União Europeia, que reúne 27 países europeus, seja fechado ainda no primeiro semestre deste ano.
“Alguma coisa tem que ser mudada. […] Nós vamos fechar esse acordo, se tudo der certo, quem sabe até o meio desse ano. Até o fim desse semestre é a nossa ideia de tentar encaminhar para que a gente tenha um acordo e comece a discutir outros assuntos, porque temos muitas coisas pela frente, e não apenas esse acordo com a União Europeia”, afirmou.
Já o chanceler alemão disse que o acordo é de interesse tanto do Brasil quanto da União Europeia. “Ambos queremos que haja um rápido avanço nessa questão”, afirmou.
As negociações do tratado entre os blocos foram concluídas em 28 de junho de 2019, mas para que o acordo e a funcionar de fato, deve ar por um processo de revisão e ratificação por parte dos congressos nacionais dos países do Mercosul e pelo Parlamento Europeu.
Chanceler alemão no Brasil
A visita do chanceler Olaf Scholz ocorre quase um mês após a visita do presidente da Alemanha, Franz-Walter Steinmeyer, por ocasião da posse de Lula, em 1º de janeiro.
Após ser recepcionado no Palácio do Planalto, Lula e Olaf se reuniram por cerca de uma hora e meia, acompanhado apenas de tradutores. Eles conversaram sobre a guerra na Ucrânia que completa um ano no próximo mês e as consequências globais do conflito em termos de paz e segurança, segurança alimentar e energética.
Depois, os dois chefes de governo se reuniram com as delegações de cada país. Pelo governo brasileiro participaram os ministros:
- vice-presidente Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio);
- Mauro Vieira (Relações Exteriores);
- Marina Silva (Meio Ambiente);
- Alexandre Silveira (Minas e Energia); e
- Luciana Santos (Ciência e Tecnologia).
Assessor especial de Lula, Celson Amorim também esteve presente na reunião.
O país europeu é o quarto que mais exporta para o Brasil. Em 2022, a corrente de comércio bilateral superou US$ 19 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 6,3 bilhões, importações de US$ 12,8 bilhões e superávit alemão de US$ 6,5 bilhões.
Além disso, Brasil e Alemanha mantêm parcerias em temas-chave da agenda internacional contemporânea, como paz e segurança, meio ambiente, mudança do clima, digitalização e transição energética.