Líder do governo na Câmara ataca Mandetta: “Atitude não é ética”
Deputado federal Major Vitor Hugo diz que ficou “incomodado e preocupado” com entrevista do ministro da Saúde ao Fantástico
atualizado
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A entrevista em que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, criticou atitudes do presidente Jair Bolsonaro no contexto do combate ao coronavírus segue repercutindo muito mal na base parlamentar bolsonarista.
O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), disse nesta segunda-feira (13/04) que “o ministro erra quando incita qualquer divergência com o presidente da República, que é chefe dele e tem uma visão mais ampla do problema, porque chefia diversas pasta”.
Deixando claro que não cabe a ele avaliar se Mandetta deve ou não permanecer no cargo, Vitor Hugo, que havia chegado de reunião no Palácio do Planalto, deu a entender que uma eventual demissão é uma ideia em crescimento no governo.
“A despeito do bom trabalho que Mandetta vinha fazendo no início dessa crise, me causa preocupação ver um ministro de Estado expor divergências assim. Poderia no privado levar argumentos, propor soluções, mas fazer isso dessa maneira, criticando a atitude do presidente, não é uma atitude correta, não é ética”, atacou.
As declarações foram dada em um debate virtual promovido pelo portal UOL e mediado pelo jornalista Tales Faria.
Companheira de bancada de Vitor Hugo, a deputada federal Carlza Zambelli, que também participou do debate, pediu a palavra para “ajudar” o parlamentar a criticar o ministro.
“Se [a entrevista] tivesse acontecido há 10 dias, o Mandetta ainda estava com apoio popular muito grande. Mas sinceramente, de ontem [domingo] pra hoje [segunda], a popularidade dele caiu muito na rede. As pessoas entenderam não só sobre como insubordinação, mas desrespeito. A população não gostou”, avaliou ela.
O ministro da Saúde afirmou na noite deste domingo (12/04) que espera uma “fala unificada” do governo federal para o combate ao novo coronavírus no país.
Segundo o ministro, o brasileiro vive em “dubiedade”, porque não sabe se segue as orientações dele ou do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), quanto às medidas de enfrentamento à Covid-19.
“Quando você vê as pessoas entrando em padaria, em supermercado, grudadas, aglomeradas, isso é claramente uma coisa equivocada. (…) O nosso inimigo é o coronavírus. (…) Eu espero que a gente possa ter uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro, o presidente, quem ele escuta.”