“Imagens de G. Dias são preocupantes, mas não conclusivas”, diz vice-líder do governo
De acordo com vice-líder do governo, Henrique Vieira, as imagens de G.Dias parecem um “erro de procedimento” e não uma conspiração
atualizado
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O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), vice-líder do governo na Câmara, afirmou ao Metrópoles que as imagens do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias, o G. Dias, nos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro são “preocupantes”, mas “não são conclusivas” e que o que houve foi um “erro de procedimento”.
“Eu acho que as imagens são preocupantes e exigem perguntas, mas não podemos antecipar respostas. Elas não são conclusivas”, disse o deputado. “E no meu entendimento, o máximo que podemos identificar, até agora, [é que houve um] erro de procedimento, [uma] falha de segurança”, destacou.
“Agora, dizer que as invasões [aos Três Poderes] foram articuladas pelo governo, eu já acho que entra no campo do conspiracionismo e da fantasia”, completou.
De acordo com o deputado, o então chefe do GSI já foi ouvido por autoridades competentes a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “[Gonçalves Dias] foi escutado pela Polícia Federal a pedido do Alexandre de Moraes. Quando a comissão de Segurança Pública fez a convocação nós [o governo] subscrevemos”, explicou o deputado.
No dia 8 de janeiro, quando ocorreram as invasões e depredações aos Três Poderes, o general aparece em imagens obtidas pela CNN dentro do Palácio do Planalto. Ele caminhava pelos invasores bolsonaristas sem enfrentar dificuldades.
MI do Dia 8 de janeiro
Ainda sobre os atos golpistas, o vice-líder explicou que a mudança na posição do governo em relação à abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) tem a ver com “captura” da pauta pela oposição e que antes, havia o entendimento é que há uma investigação sendo feita pelos órgãos competentes.
“Já está sob investigação da Polícia Federal e do STF. Havia um primeiro entendimento de que existe uma investigação séria sendo feita por órgãos que têm essa competência”, disse. “A segunda avaliação é política, quem pediu foi a extrema-direita e havia uma preocupação da MI não ter um trabalho sério, não investigar de fato e virar um palco para as conspirações e fantasias que oposição cria e tem capacidade de reverberar na sociedade especialmente por meio das redes sociais”, completou.
O líder afirma que a mudança está nas imagens do ex-ministro do GSI, ao qual o governo quis se antecipar antes de serem usadas pela extrema-direita.
“Só que houve um fato, um vazamento de imagens e essas imagens aram a ser amplamente utilizadas pela extrema-direita para sua fantasia e colocar a culpa no governo. Então diante desse novo fato, por receio de captura da história do que foi o dia 8 de janeiro”, descreveu.
O deputado alega que o governo vai até as últimas consequências para encontrar os financiadores dos atos do dia 8, inclusive contra outros parlamentares. “Então o governo mudou a orientação e agora queremos compor a MI e fazer um trabalho sério de investigação para comprovar o que para nós é uma obviedade assim. A extrema-direita articulou a tentativa de golpe e temos que ir até às últimas consequências em cima dos estrategistas, idealizadores, financiadores e até mesmo de deputados que podem ter envolvimento nisso”, afirmou.
PL das Fake News e violência nas escolas
Para o deputado, colocar policiais armados dentro das escolas não seria a “solução mais inteligente”, pois primeiro é necessário falar sobre as redes sociais e o o dos jovens a fóruns e outros mecanismos que incitam a violência que desembocam nas escolas.
“Discutir maioridade penal vai em uma lógica punitivista e isso não resolve, criminaliza pessoas, aumenta o sistema carcerário, e consequentemente, alimenta o ciclo da violência e do medo no Brasil. Por isso, acho que em primeiro lugar precisamos ampliar e muito a capacidade de mapear e identificar grupos extremistas na internet que fazem excitação ao ódio, à violência e que organizam estes ataques. Isso me parece mais inteligente e eficiente. Porque todos os dados apontam que esses ataques em sua maioria se organizam em grupos extremistas na internet”, descreveu.
Para o vice-líder, o PL sobre notícias falsas discutido no Congresso não é uma censura, mas, um parâmetro sobre o que é aceitável nas redes sociais.
“O que vamos votar nesse regime de urgência, o [projeto de lei] das Fake News também nos ajuda em uma solução a curto e médio prazo que é você ter uma internet mais regulada. Não se trata de censura, se trata de parâmetro, se trata de impedir citação à violência e prática de crime”, declarou.