De ministros a PEC: confira os principais pontos da coletiva de Lula
O presidente eleito anunciou nomes para os ministérios da Defesa, Fazenda, Casa Civil, Justiça e Relações Exteriores nesta sexta (9)
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Após forte pressão para a definição dos novos ministros, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antecipou o anúncio de cinco nomes nesta sexta-feira (9/12), durante coletiva de imprensa. Além disso, falou sobre a tramitação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados e ressaltou a necessidade de “consertar” a Polícia Federal.
Os primeiros nomes que irão compor a Esplanada do Ministérios são: Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio Monteiro (Defesa), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Rui Costa (Casa Civil) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
“Cada companheiro sabe da sua responsabilidade. Até porque o Brasil precisa voltar a ter uma política externa protagonista, como diz o companheiro Celso Amorim”, disse Lula.
O anúncio, considerado tardio pelo mercado e antecipado por aliados, também foi respondido pelo petista. “A partir de agora, vocês podem conversar com [Fernando] Haddad. Espero que ele fale para o mercado e para o povo brasileiro. Podem conversar com o Dino, com Múcio”, completou.
PEC da Transição
O presidente eleito também respondeu aos boatos de que a PEC da Transição poderia ter dificuldade de tramitação na Câmara dos Deputados, devido à articulação de bolsonaristas. “Não acredito em dificuldade na Câmara. Terei as conversas necessárias para aprovar, como no Senado”, afirmou Lula.
“Essa PEC é para fazer reparo no governo Bolsonaro e trazer o mínimo necessário para pessoas necessitadas, saúde, farmácia popular e começar a cuidar do povo brasileiro”, reiterou.
Segundo o presidente eleito, a PEC não é para “o governo Lula”, mas para fazer reparos no Orçamento que o novo governo herdará da atual gestão. “Agradecemos profundamente aos senadores que votaram a PEC, que é do governo Bolsonaro, porque é para resolver problema do orçamento, que ele não colocou dinheiro”, disse o presidente eleito.
“Recebemos informações hoje de que [o programa] Minha Casa Minha Vida tá em situação muito delicada e não tem recursos sequer para atender pessoas da faixa um, de um salário mínimo”, disse o petista.
Indicação de Dino e a Polícia Federal
Lula declarou que o novo governo tem interesse em separar Segurança Pública da Justiça, mas que o processo não pode ser feito “de forma atabalhoada” e, ainda, que há a necessidade de “consertar” a Polícia Federal (PF) – atualmente ligada ao bolsonarismo.
“Primeiro o companheiro Dino tem a responsabilidade de consertar a PF. Vamos avaliar a necessidade de criar, porque é preciso que a gente faça com muita responsabilidade”, disse Lula.
Já o novo ministro citou o delegado Andrei Rodrigues como cotado para comandar a PF em 2023.”Não há razão para não haver diálogo com todos os profissionais da segurança pública”, disse Flávio Dino.
Forças Armadas
Lula afirmou que terá uma reunião, ainda nesta sexta, com Múcio e os comandantes das Forças Armadas. O encontro será durante a tarde, após o jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
“Ele vai conversar com os comandantes, escolher os comandantes e levar para eu aprovar. Tenho certeza que o José Múcio escolherá os melhores comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. O critério será: ‘os melhores’”, defendeu.
O mandatário, contudo, não precisou quem serão os próximos chefes das Forças Armadas, tampouco quando eles serão anunciados.
Transição
Lula afirmou que a Transição não busca “um show de pirotecnia”, mas quer apresentar resultado.
“Não queremos show de pirotecnia. Queremos que a sociedade saiba corretamente como está a saúde, educação, SUS, ciência e tecnologia, situação dos aposentados e trabalhadores. Porque se não apresentarmos agora, seis meses depois estarão nas nossas costas os desmandos feitos pelo atual governo”, disse Lula.
“É um governo com corpo muito grande e cabeça muito pequena. Não preparou a istração do país, preferiu fazer fanfarrice”, completou.
Imprensa
Lula também prometeu à imprensa maior o à informação. “Vocês não terão a indústria da mentira, da desinformação, da fake news. Vocês [imprensa] terão a [indústria] da boa informação. Com ela, vamos retomar democracia e qualidade de vida do povo brasileiro”, disse Lula.